Representante comercial João Filippin relembra luta contra câncer de próstata aos 59 anos

Representante comercial que descobriu câncer de próstata graças à esposa revela luta contra doença

João Filippin, de Ribeirão Preto (SP) recebeu diagnóstico aos 59 anos e passou por quase cinco anos de tratamento. Apoio da família foi essencial para cura.

Aos 76 anos representante comercial de Ribeirão Preto lembra luta contra o câncer de próstata — Foto: Arquivo Pessoal

O diagnóstico de câncer de próstata do representante comercial João Filippin, de Ribeirão Preto (SP), veio em 2007, aos 59 anos. Apesar de ele já realizar exames com o urologista anualmente à época, foi após a mulher pedir que fizesse outra avaliação médica que a doença foi confirmada.

Hoje com 76 anos, Filippin lembra que estava no período de um ano entre uma consulta e outra quando Neusa, que se examinava com uma reumatologista de confiança, pediu para que a médica passasse o exame de PSA, sigla em inglês para antígeno específico da próstata, para o marido.

O PSA é uma enzima medida no sangue. Quando ela passa de um certo limite estabelecido pelos especialistas, pode indicar algo de errado na glândula masculina, a próstata.

“Foi quando eu descobri. Estava 6,1 que eu me lembro [o ideal para a idade dele, na época, era de até 3,5 ng/ml]. Eu fui ao médico, ele pediu uma biópsia, marcou o dia para fazer, e foi quando constatou o câncer de próstata”, conta.

O médico oncologista Carlos Fruet, da Oncoclínicas, de Ribeirão Preto, é quem cuida do Filippin atualmente. Em entrevista ao DE, ele contou quais os números ideais para cada faixa de idade dos homens. Veja abaixo:

– Até aos 50 anos: até 2,5 ng/ml
– Entre os 50 e os 60 anos: até 3,5 ng/ml
– Entre os 60 e os 70 anos: até 4,5 ng/ml
– Acima de 70 anos: até 6,5 ng/ml

A partir do resultado do PSA e da biópsia, o dignóstico do representante comercial foi fechado e ele passou por uma cirurgia em janeiro de 2008 para a retirada do tumor. Mas o problema de saúde que parecia estar resolvido, teve novos capítulos anos depois.

Em 2010, em uma das consultas periódicas do representante comercial ao urologista, o exame de PSA voltou a apresentar alterações. Foi quando o tratamento com medicamentos e radioterapia começou.

Filippin lembra que esse foi um momento muito complicado, porque ele acreditava que tinha vencido a doença de forma definitiva. Apesar do novo susto, os médicos e a família o ajudaram a manter a esperança de cura.

“Eles me tiraram de uma crise muito forte. Eu tinha entrado em uma crise violenta, estava entrando em depressão. Meu médico na época, o Dr. Aurélio Julião de Castro Monteiro, foi médico, foi pai, foi psicólogo, foi um verdadeiro amigo e me tranquilizou muito”.

Após um certo tempo com os medicamentos que tomava de forma regular, o representante comercial começou a apresentar inchaço nos braços e o médico responsável na época decidiu parar os remédios, já que ele não apresentava mais nenhum alteração relacionada ao PSA. Depois de quase três anos tomando as medicações de maneira regular, João ficou por quase dois tomar nenhuma medicação. No entanto, as consultas, feitas de seis em seis meses, apresentaram mais uma surpresa.

“O médico me colocou em uma sala separada, ele ficou me olhando e falou ‘filho, eu quero te dizer que o seu PSA está 21’. Eu lembro que perguntei como, mas ele explicou que tinha subido e que era preciso manter a calma e não apavorar”.

Dessa vez, Fillipin foi submetido a uma radioterapia localizada e voltou a tomar os remédios. O acompanhamento seguiu com consultas de seis em seis meses, e o nível de PSA não sofreu mais nenhum alteração. Há quase dois anos, ele voltou a viver sem ter que tomar nenhuma medicação.

FÉ E POSITIVIDADE

Apesar de altos e baixos durante anos de tratamento, consultas e medicações, o representante comercial lembra que nunca deixou de ter fé de que sobreviveria ao câncer de próstata.

“Foi um choque muito grande, é algo inesperado, quando se trata do nome dessa doença, o câncer de próstata. Eu já tive amigo meu que morreu com essa doença, é uma morte terrível. Fiquei muito abalado, porque nunca ninguém da família teve isso, mas eu sempre fui uma pessoa de muita fé, tenho Deus no coração”.

Susto mesmo foi para a mulher, Neuza Maria Romero Fillipin, e as três filhas. Filippin conta que uma delas sofreu muito e ele, como pai, também, já que não podia acabar com a preocupação da família. Atualmente, com os cinco netos que vieram para complementar a família e a rede de apoio, o representante conta que está bem e viver é o maior presente que poderia receber de todas as orações que fez durante esse período.

“Nunca deixe de fazer o exame, porque é fatal essa doença. É uma doença silenciosa, aparece e você não percebe. Eu não sentia nada, foi a partir dos exames, do exame de toque e da biópsia que veio o resultado”.

CONSULTAS DE ROTINA E PREVENÇÃO

De acordo com o oncologista Carlos Fruet, atualmente os exames devem seguir orientação para começar as consultas de rotina e prevenção:

– Todos os homens: a partir de 50 anos
– Homens com histórico familiar da doença: a partir dos 45 anos
– Homens negros: a partir dos 45 anos, já que apresentam maior risco, de acordo com a medicina, de apresentar a doença

“O importante é que os pacientes devem fazer o exame do PSA, que é o exame de sangue, e o toque retal, que são os dois principais exames preventivos do câncer”.

O médico lembra que, com o diagnóstico precoce, a chance de cura pode chegar — e até ultrapassar — 90%. É por isso que os exames tem de ser realizados de maneira periódica, para que o paciente seja tratado o mais breve possível. Apesar do exame de toque ainda ser um tabu entre os homens, o oncologista alerta para a importância da desmistificação desse procedimento.

“Em média são 70, 72 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil por ano. Isso reflete a gravidade da doença e, por isso, campanhas como a do Novembro Azul são tão importantes para a população”.

*Sob a supervisão de Flávia Santucci

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Erro hospitalar causa troca de corpos em velório: Amiga alerta família sobre engano fatal

Amiga alertou família sobre velório de idosa trocada por erro de hospital; ‘Cheguei perto e vi que não era ela’, diz

Corpo de Neide Basso foi enviado à família de Neide Rossi, que segue internada na Santa Casa de Ribeirão Preto, SP. Família da idosa morta só descobriu falecimento 24 horas depois ao chegar para visita.

Um grave erro de comunicação terminou com o velório de uma mulher que ainda está viva. Ao chegar para velar a amiga Neide Rossi no último domingo (1) em Cravinhos (SP), a aposentada Odete Oliveira dos Santos tomou um susto. Ela percebeu que o corpo que estava no caixão não era o da vizinha que conhece há mais de 50 anos, mas sim o de outra pessoa.

“Inquieta, Odete procurou um funcionário da funerária e avisou-o sobre um suposto erro. Foi neste momento que eles conferiram o atestado de óbito e a documentação e confirmaram que a Santa Casa de Ribeirão Preto (SP) havia liberado o corpo de uma paciente chamada Neide Basso, moradora de Pontal (SP).

Neide Basso, de 81 anos, morreu no sábado (30) em razão de uma infecção urinária, enquanto que Neide Rossi, de 73 anos, segue internada na Santa Casa para tratar uma pneumonia. De acordo com Gilberto Boldrin, funcionário da funerária, o erro partiu da Santa Casa.

Enquanto a família de Neide Rossi descobria que a idosa estava viva, uma família de Pontal só tomou conhecimento da morte de Neide Basso 24 horas após o falecimento. O jornalista Daniel Basso, irmão dela, estava a caminho da Santa Casa para a visita, quando recebeu o telefonema de um sobrinho, que já estava no hospital, dizendo que tinha sido informado que Neide tinha morrido há um dia.

A família de Neide Basso registrou um boletim de ocorrência. Procurada, a Santa Casa de Ribeirão admitiu o erro. O hospital informou, em nota, que ocorreu uma inconsistência na comunicação com as famílias e disse que presta sua solidariedade aos familiares. A instituição reforça seu compromisso e se coloca à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos à família, oferecendo todo o acolhimento necessário, suporte e assistência. Ainda segundo a Santa Casa, uma análise interna detalhada foi iniciada para a apuração dos fatos.

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