Repressão a protestos na Venezuela já causou ao menos 35 mortes em um mês

A onda de protestos contra o Governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, já completou um mês e resultou na morte de 35 pessoas e deixo outras 717 feridas. Os dados, contabilizados até quinta-feira, dia 4 de maio, pelo Ministério Público, mostram um aumento significativo na violência policial. Até o momento não é possível prever um fim próximo do conflito, porque o Executivo chavista está promovendo uma Assembleia Nacional Constituinte para criar uma Carta Magna sob medida e evitar as eleições.

A situação que mais se assemelha à atual aconteceu durante o primeiro semestre de 2014, quando uma ala da Mesa da Unidade Democrática, encabeçada pelo hoje preso político Leopoldo López, decidiu também estimular o fim do Governo chavista. A repressão daqueles dias foi muito mais comedida. As manifestações também eram menos volumosas porque a oposição estava dividida. Em quatro meses houve 43 mortos. Assim como naqueles dias, o protesto da oposição, com uma estratégia claramente definida de bloquear ruas, levantar barricadas e enfrentar a polícia, não tem fôlego suficiente para derrubar um governo, mas aposta em miná-lo mantendo-se nas ruas todos os dias.

A consequência foi um aumento da violência sem precedentes em quase duas décadas de polarização na Venezuela. Dezoito das mortes aconteceram na região metropolitana de Caracas, seis no Estado central de Carabobo, cinco em Lara (centro-oeste), dois em Mérida (Andes), dois no Estado de Miranda, um em Barinas e outro em Táchira. A promotoria reconhece que há 152 pessoas privadas de liberdade e estão para ser executadas 18 ordens de captura.

Valência, capital de Carabobo, tem o cenário mais caótico devido aos saques e à repressão dos protestos por parte da Polícia Nacional Bolivariana e da Guarda Nacional. Em sua conta do Twitter, o deputado do partido Primero Justicia, Juan Miguel Mattheus, afirmou que a situação saiu do controle. “O Governo perdeu o controle de Carabobo. Os paramilitares se apoderaram das vias do estado, pedindo vacinas para avançar e queimando caminhões de comida”.

O jornal local El Carabobeño registrou distúrbios no município de Naguanagua, que faz parte de Valência. Enquanto os manifestantes atiravam bombas caseiras nos depósitos da Guarda Nacional, a polícia respondia com gás lacrimogêneo e tiros de espingarda contra os edifícios da Universidade e da rua Carabobo. A violência se mantém em crescimento descontrolado.

Fonte: El País

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Avião da Embraer pode ter sido abatido por sistema de defesa russo, indicam fontes

O acidente com o avião da Azerbaijan Airlines que deixou 38 mortos na última quarta-feira pode ter sido causado por um sistema de defesa aérea russo, segundo informações obtidas pela agência Reuters. A suspeita foi inicialmente levantada por Andriy Kovalenko, membro da segurança nacional ucraniana, que mencionou imagens mostrando coletes salva-vidas perfurados. Especialistas em aviação e militares corroboraram a análise, e até mesmo a mídia russa considerou a possibilidade de a aeronave ter sido confundida com um drone ucraniano.

Enquanto isso, as autoridades russas e do Cazaquistão pedem cautela. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, declarou que especulações sobre as causas são prematuras, e o presidente do Senado do Cazaquistão, Mäulen Äşimbaev, reforçou que a investigação está em andamento, garantindo transparência nos resultados.

O avião, que partiu de Baku, capital do Azerbaijão, com destino a Grozny, na Rússia, desviou significativamente de sua rota antes de cair no Cazaquistão. A companhia aérea inicialmente sugeriu que o acidente poderia ter sido causado por colisão com aves, mas especialistas descartaram essa hipótese. Serik Mukhtybayev, especialista cazaque, e o brasileiro Lito Sousa destacaram que os danos nos destroços apontam para uma causa externa, possivelmente relacionada a um ataque.

Relatos e análises reforçam a teoria de que o avião foi atingido por um míssil. Um piloto militar francês, sob anonimato, afirmou que os danos na cauda são consistentes com explosões de estilhaços. O blogueiro russo Yuri Podolyaka também mencionou sinais típicos de sistemas antiaéreos.

Dados do site Flightradar24 mostram que o avião enfrentou interferências de GPS antes do acidente, algo já atribuído à Rússia em ocasiões anteriores. A Chechênia, destino final do voo, havia sido alvo de ataques com drones no mesmo período, segundo informações locais.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, evitou especular, atribuindo o desvio de rota ao mau tempo. A caixa-preta do avião foi recuperada e será analisada para determinar a causa do acidente. Das 67 pessoas a bordo, 29 sobreviveram, sendo que 11 permanecem em estado grave.

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