Justiça concede liberdade ao responsável por casa de repouso investigada por maus-tratos a idosos
Liberdade foi concedida mediante pagamento de fiança no valor de R$ 2 mil, que poderá ser divida em quatro parcelas mensais. Em entrevista, suspeito negou acusações.
Presidente de casa de repouso, em Contagem, está preso
Diário do Estado
A Justiça de Minas Gerais concedeu liberdade provisória ao responsável pela casa de repouso Lar Vovó Maris, local denunciado por maus-tratos a idosos em Contagem, na Grande BH. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (30), depois do suspeito participar de uma audiência de custódia.
Daniel Júlio Gomes, de 42 anos, havia sido preso na quinta-feira (29), após uma vistoria da Vigilância Sanitária, da Secretaria Municipal de Saúde e da Polícia Civil, que encontrou carne estragada na cozinha, fezes de rato nos quartos e paredes mofadas.
A liberdade provisória foi concedida mediante pagamento de fiança no valor de R$ 2 mil, que poderá ser dividida em quatro parcelas mensais.
O texto, assinado pela juíza Marina de Alcântara Sena, também exige que Daniel não exerça qualquer atividade que envolva “cuidado, assistência ou acompanhamento de pessoa idosa”. O alvará de soltura será expedido após o pagamento da primeira parcela da fiança.
Além dos maus-tratos, ele é acusado de apropriação indébita por estar com o cartão de benefício social de um idoso, segundo uma denúncia.
O homem responde a pelo menos quatro processos na Justiça, relacionados a maus-tratos, crime previsto no Estatuto do Idoso e a uma tutela inibitória — medida judicial que visa impedir a continuidade de condutas irregulares na residência.
O caso foi denunciado pelo Diário do Estado e pela TV Globo na última terça-feira (27). Em entrevista à TV Globo na quarta, Gomes negou as acusações. “É inverídico, não tem maus-tratos aqui. A única ocasião foi uma funcionária que gritou com um idoso, mas ela foi demitida. No momento estávamos fazendo adequação e reformas”, afirmou.
Ao todo, segundo a Prefeitura de Contagem, 30 idosos foram resgatados da casa. Desse grupo, 5 foram entregues às famílias, 4 foram para o CAPS do Eldorado, 17 foram encaminhados à UPA para atendimento médico e 4 foram para outra instituição de longa permanência.
A polícia ainda investiga, paralelamente, a morte de dois idosos nas dependências da casa, em janeiro e maio deste ano. Nos últimos seis meses, cinco ocorrências policiais foram registradas contra o estabelecimento, denunciando os possíveis maus-tratos.