Ressocialização: presos trabalhando aumentam 79% em um ano

Custodiados da Unidade Prisional Regional (UPR) de Pires do Rio, cidade na região da Estrada de Ferro, vão produzir uniformes para os presos e servidores da prefeitura da cidade e de órgãos públicos estaduais.

A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (Dgap) assinou termo de cooperação técnica com a prefeitura, com validade até dezembro do próximo ano.

PRESOS TRABALHANDO

Nos últimos 12 meses, a Dgap assinou 16 termos de cooperação técnica para empregabilidade de presos. Os custodiados produzem, além de uniformes, vestuário em geral, blocos de cimento, fraldas, kits pedagógicos para escolas e creches, artesanato, hortaliças e enxovais para bebês, dentre outros.

Estes convênios e parcerias contribuíram para a expansão no número de presos trabalhando. Saltou de 2.638, em 2021, para 4.734, em 2022 – crescimento de 79%.

“O trabalho é ferramenta importante na ressocialização do apenado, especialmente para que ele tenha melhores condições de ser reinserido na sociedade”, explica o diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires.

Em Pires do Rio, pelo menos cinco detentos do regime fechado vão participar da produção. Eles serão remunerados com um salário mínimo e terão direito a remição de pena, conforme determina a Lei de Execução Penal – a cada de três dias trabalhados, é um dia a menos na prisão.

O trabalho será dentro da UPR, em um galpão já instalado. A Prefeitura de Pires do Rio doará os equipamentos – máquinas overlock, galoneira, reta e mesa de corte e costura, além dos insumos para a produção (tecidos e linhas). A produtividade será de acordo com a demanda do município.

“Quando celebramos convênios com prefeituras e demais órgãos públicos para utilização da mão de obra carcerária, conseguimos fechar o ciclo da ressocialização. Dentro das nossas unidades, os apenados participam de atividades de ensino, capacitação e trabalho”, destaca Josimar Pires.

Somente a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) recebe, mensalmente, 1,2 mil enxovais para bebês, que são distribuídos pela entidade para famílias em vulnerabilidade social. A produção é feita pela população feminina privada de liberdade da Unidade Prisional de Araçu, na região Central. Elas receberam capacitação e usam o maquinário fornecido pela OVG.

CHAMAMENTO

Além dos convênios, a Dgap está publicando chamamentos públicos para o credenciamento de empresas interessadas em se instalarem dentro das unidades prisionais do Estado. Em julho, a instituição publicou documento para seleção de pessoas jurídicas interessadas em firmar parceria com foco no emprego de mão de obra carcerária em 15 espaços, situados no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia e nas unidades prisionais regionais de Goianésia e Trindade.

Até o final do ano serão publicados outros chamamentos públicos para mais 20 espaços de trabalho em unidades prisionais do Estado.

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Ponte TO-MA: Agência irá avaliar qualidade da água de rio após queda de ponte

A Agência Nacional de Águas (ANA) anunciou nesta terça-feira, 24, que está avaliando a qualidade da água no Rio Tocantins, na área onde desabou a ponte Juscelino Kubitschek, entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Essa medida se justifica devido à informação de que alguns dos caminhões que caíram no rio após a queda da ponte carregavam pesticidas e outros compostos químicos.

O foco das análises está no abastecimento de água a jusante (rio abaixo) a partir do local do acidente. A ANA, em conjunto com a Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão, vai determinar os parâmetros básicos de qualidade da água e coletar amostras para as análises ambulatoriais. O objetivo é detectar os principais princípios ativos dos pesticidas potencialmente lançados na coluna d’água do rio Tocantins.

As notas fiscais dos caminhões envolvidos no desabamento apontam quantidades consideráveis de defensivos agrícolas e ácido sulfúrico na carga dos veículos acidentados. No entanto, ainda não há informações sobre o rompimento efetivo das embalagens, que, em função do acondicionamento da carga, podem ter permanecido intactas.

Devido à natureza tóxica das cargas, no domingo e segunda-feira, 23, não foi possível recorrer ao trabalho dos mergulhadores para as buscas submersas no rio. O Corpo de Bombeiros do Maranhão confirmou nesta terça-feira, 24, a morte de quatro pessoas (três mulheres e um homem) e o desaparecimento, até o momento, de 13 pessoas.

Sala de crise

Na quinta-feira, 26, está prevista a reunião da sala de crise para acompanhamento dos impactos sobre os usos múltiplos da água decorrentes do desabamento da ponte sobre o rio Tocantins. Além da própria ANA, outros órgãos participam da sala de crise, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama), o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e o Ministério da Saúde.

O Dnit está com técnicos no local avaliando a situação para descobrir as possíveis causas do acidente. Segundo o órgão, o desabamento foi resultado porque o vão central da ponte cedeu.

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