Restauração na Catedral Metropolitana de Florianópolis revela pinturas de
santos feitas há mais de 100 anos

Parede escondia imagens de Santa Inês, Santa Bárbara, Margarida Maria Alacoque e
Santa Catarina de Alexandria.

A Catedral Metropolitana de Florianópolis passou por 33
dias de restauração e revelou pinturas sacras que estavam escondidas sob camadas
de tinta branca. Parte da história da arte religiosa catarinense havia sido
coberta em um paredão com antigos murais.

O processo foi concluído em setembro e agora, quem entra na catedral pode ver
imagens de Santa Inês, Santa Bárbara, Margarida Maria Alacoque e Santa Catarina
de Alexandria, datadas de 1938 e 1939.

Um dos destaques é o medalhão de Santa Catarina, atribuído a um artista
florentino do século XVI, que também foi recuperado durante os trabalhos.

Embora não se saiba quem as pintou, acredita-se que tenham sido feitas a pedido
de Dom Joaquim, o primeiro arcebispo da catedral. Segundo o pároco David Antonio
Coelho, as obras refletem as devoções pessoais de Dom Joaquim.

Foi necessário 20 anos até que um acordo entre a igreja, o estado e o
município permitisse a restauração, acompanhada de perto pelos órgãos de
fiscalização.

A restauradora Márcia Regina Escorteganha, responsável pelo trabalho na
catedral, explicou que as pinturas estavam em risco de perda definitiva.

A restauração exigiu esforço físico e atenção aos detalhes: Márcia trabalhou em
andaimes a mais de 10 metros de altura, removendo manualmente camadas de tinta
acumuladas ao longo de décadas.

O trabalho também contou com o apoio de um patrocinador anônimo, morador da
capital, que decidiu contribuir por ter lembranças afetivas da catedral.

O impacto de descobrir as pinturas sacras de mais de 100 anos na Catedral
Metropolitana de Florianópolis foi significativo para a comunidade local e para
os estudiosos da arte sacra catarinense, que agora podem apreciar essas
relíquias antes escondidas. A restauração não só resgatou o valor histórico e
artístico das pinturas, mas também possibilitou uma reconexão com a identidade
e a devoção religiosa presentes na catedral.

Esses esforços de restauração não apenas preservam o patrimônio cultural e
religioso, mas também proporcionam uma experiência enriquecedora para aqueles
que visitam a catedral. A importância de proteger e valorizar essas obras
históricas é fundamental para garantir que futuras gerações possam apreciar e
aprender com a rica história representada nas pinturas sacras da Catedral
Metropolitana.