Retórica de Fux cai como uma luva nas mãos de Trump
Ao apontar STF como incompetente, Fux reforça narrativa de perseguição política
usada por Trump e bolsonaristas.
Fux fala em ‘incompetência absoluta’ do STF para julgar o caso
A manifestação de Luiz Fux acendeu um alerta não só em Brasília, mas também em Washington. Ao levantar a tese de que o STF seria incompetente para julgar Bolsonaro, o ministro deu munição para o discurso internacional de perseguição política — a mesma narrativa que Donald Trump vem utilizando em defesa do aliado brasileiro.
Analisado por um colega de tribunal, o impacto é claro: a retórica de Fux se encaixa perfeitamente na estratégia de Trump. Isso porque fortalece a ideia de que Bolsonaro está sendo alvo de um processo questionável.
Essa movimentação ocorre em meio a um cenário de crescente tensão. Em julho, os Estados Unidos impuseram sanções a Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, uma forma de “pena de morte financeira” para autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos humanos. A mensagem do governo Trump foi clara: a pressão sobre o Supremo faz parte da estratégia para proteger Bolsonaro.
No final das contas, a declaração de Fux acaba se tornando uma peça fundamental nesse jogo internacional — reforça o discurso de perseguição política, amplifica a narrativa de Trump e aumenta o isolamento do STF em um momento em que os ministros já estão sofrendo ataques tanto dentro quanto fora do país.
Internamente no STF, surgem dúvidas sobre a verdadeira intenção por trás do voto de Fux; externamente, os bolsonaristas encontram espaço para fortalecer sua defesa com o apoio da extrema-direita americana. Esse cenário de tensão pode ter consequências significativas nas relações entre Brasil e Estados Unidos, além de impactar a estabilidade política no país.