Reunião com ministro para solução no Santos Dumont gera impasse: Prefeitura e entidades se manifestam

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Impasse no Santos Dumont: Paes anuncia reunião com ministro ‘para avançar com a melhor solução’

Prefeitura e federações de indústria e comércio afirmam que restrição teve impactos positivos na economia, fez crescer em 23% o número de passageiros do Rio e que flexibilização pode condenar o Galeão. Ministro diz que há demanda aérea após crescimento do setor.

Firjan e Fecomércio se manifestam contra flexibilização de voos do Santos Dumont; veja o que dizem especialistas

O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou nesta terça-feira (23) que “na 2ª semana de janeiro” participará de uma reunião com Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos, para discutir sobre o impasse no limite de tráfego Santos Dumont.

Nesta segunda-feira (22), Costa Filho afirmou que no ano que vem o governo aumentará o número de voos no terminal do Centro do Rio de Janeiro, contrariando Paes.

“Conversei com o ministro, que sempre foi um aliado na coordenação dos aeroportos do Rio e implementou as medidas que fortaleceram o Galeão e ampliaram a malha de voos do nosso estado”, postou o prefeito.

“Agradeço ao presidente Lula, que acompanha o assunto com a máxima atenção e sensibilidade em defesa dos interesses do Rio de Janeiro”, emendou.

Na segunda, Costa Filho disse que, após 2 anos com um teto de 6,5 milhões de passageiros por ano, “vai liberar mais 1 milhão, 1,5 milhão de passageiros”. “Isso não vai afetar as operações do Galeão”, afirmou o ministro.

Com o ajuste, o terminal do Centro do Rio poderá encerrar 2026 com um teto de 8 milhões de viajantes.

A Prefeitura do Rio e entidades como a Fecomércio e a Firjan alertam para riscos de desequilíbrio no sistema aeroportuário. Eles temem prejuízos ao Galeão, ao turismo, aos serviços e ao comércio do estado. Especialistas afirmam que o modelo atual trouxe benefícios econômicos e aumento na movimentação de cargas.

A flexibilização do limite de passageiros no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio, de 6,5 milhões para 8 milhões, reacendeu um embate com a Prefeitura do Rio e gerou críticas de entidades do setor produtivo, que alertam para impactos no equilíbrio com o Aeroporto Internacional do Galeão. Veja abaixo perguntas e respostas sobre o tema.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) quer flexibilizar o limite de passageiros do Santos Dumont, no Centro do Rio. A medida pode ampliar para 8 milhões o número de passageiros por ano no aeroporto doméstico, que desde 2024 tem um teto anual de 6,5 milhões de passageiros. A ampliação será feita de forma gradual, conforme anunciado pelo ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, em entrevista à GloboNews na segunda-feira (22).

Por que o limite de voos no Santos Dumont foi criado? O limite de 6,5 milhões de passageiros por ano no Santos Dumont foi estabelecido em 2023 e passou a valer em 2024, após um acordo entre a Prefeitura do Rio, o governo federal e o Tribunal de Contas da União (TCU). O objetivo era equilibrar o fluxo de passageiros entre o Santos Dumont e o Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, e evitar a sobrecarga de um dos terminais.

O movimento total nos aeroportos do Rio cresceu 23% em 2 anos, segundo dados da Infraero, responsável pelo Santos Dumont, e da concessionária RioGaleão. De janeiro a novembro de 2023, Santos Dumont e Galeão transportaram juntos 17,6 milhões de passageiros. No mesmo período de 2025, o número subiu para 21,7 milhões. Os dados mostram também que, após a mudança, o caiu o pela metade o número de passageiros do Santos Dumont (de 10,9 milhões para 5,7 milhões) e mais que dobrou o do Galeão (de 6,8 milhões para 16,1 milhões).

Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também apontam um aumento de 23,6% nas rotas domésticas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão. Segundo a agência, esse crescimento ajudou a viabilizar um incremento de 22,5% nas rotas internacionais. O avanço ocorre porque passageiros que desembarcam no Galeão passaram a ter mais opções de conexão para outras cidades brasileiras, o que fortalece o aeroporto como um dos principais hubs de transporte aéreo do país. A Embratur registrou um crescimento de 65% no número de turistas estrangeiros que visitaram o Rio de Janeiro.

Segundo especialistas e o Ministério de Portos e Aeroportos, o aumento da demanda aérea, a retomada econômica e o crescimento do setor justificam uma reavaliação do limite. A Anac se reuniu com companhias aéreas para discutir ajustes na norma.

O governo federal afirma que a medida busca garantir o crescimento equilibrado dos dois aeroportos e ampliar as oportunidades de emprego e negócios no Rio. Segundo o ministro, a autorização não significa que o aumento será imediato, mas que há espaço para crescimento conforme a demanda e a disponibilidade de aeronaves. De acordo com Silvio da Costa Filho, o aumento no número de passageiros no Santos Dumont não deve impactar negativamente os dados crescentes de embarques e desembarques no Galeão.

A Prefeitura do Rio e entidades como a Fecomércio e a Firjan alertam para riscos de desequilíbrio no sistema aeroportuário. Eles temem prejuízos ao Galeão, ao turismo, aos serviços e ao comércio do estado. Especialistas afirmam que o modelo atual trouxe benefícios econômicos e aumento na movimentação de cargas. Nas redes sociais, ele levantou suspeitas sobre pressões de companhias aéreas por mais voos no Santos Dumont. A Anac rebateu e disse que todas as decisões seguem processos administrativos transparentes. A Gol defende o modelo atual, que, segundo a empresa, aumenta a conectividade aérea e impulsiona negócios e turismo. A Latam, citada em críticas do prefeito Eduardo Paes, não se manifestou sobre o tema. Outras companhias aéreas também não se pronunciaram.

Caso o limite de 6,5 milhões de passageiros seja mantido, a nova concessionária do Galeão deverá compensar financeiramente a União pelo benefício econômico gerado pela limitação ao Santos Dumont, conforme previsto no acordo aprovado pelo TCU.

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