As delegações dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram em Istambul para discutir a normalização do trabalho de suas missões diplomáticas, em um esforço para restaurar as relações entre essas duas potências nucleares que foram complicadas por anos de disputas, alegações mútuas de intimidação e até mesmo o congelamento de propriedades diplomáticas. O foco principal dessas conversas é resolver os obstáculos que dificultaram a operação das embaixadas de ambos os países.
Durante as conversações em Istambul, o veículo que transportava a delegação dos EUA deixou o prédio do consulado russo no centro da cidade, após cerca de seis horas de reunião. Enquanto isso, a delegação russa permaneceu no local para dar continuidade às discussões. Os representantes dos dois países, incluindo o novo embaixador da Rússia em Washington e a vice-secretária de Estado adjunta dos EUA, estão trabalhando para encontrar soluções que permitam a retomada das atividades diplomáticas de forma plena.
É importante ressaltar que as conversas em Istambul têm como objetivo exclusivo restabelecer o funcionamento das embaixadas e não envolvem temas relacionados à situação na Ucrânia, conforme destacado pela porta-voz do Departamento de Estado. Ambas as partes reconhecem a importância de separar as questões pendentes das missões diplomáticas das demais divergências existentes em suas relações bilaterais.
Nos últimos anos, tanto Moscou quanto Washington enfrentaram dificuldades para conseguir credenciais para seus diplomatas, o que tornou a operação das embaixadas um desafio. Restrições impostas pelo Ocidente afetaram questões práticas, como pagamento de salários dos diplomatas russos, enquanto os representantes dos EUA se sentiram limitados em suas atividades na Rússia. Além disso, ambos os lados relataram casos de intimidação que prejudicaram o ambiente de trabalho.
Um dos pontos de tensão é a questão das propriedades diplomáticas, com Washington restringindo o uso de seis instalações russas nos Estados Unidos. Entre essas propriedades, destacam-se a Killenworth em Long Island e a “dacha” Pioneer Point em Maryland, além dos consulados em San Francisco e Seattle e missões comerciais em Washington e Nova York. A resolução dessas questões é fundamental para restabelecer a confiança mútua e promover a normalização das relações entre os EUA e a Rússia.
