Reviravolta? Trump entrega 234 páginas de depoimentos sobre fraudes em Michigan

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vinha prometendo, desde o dia posterior às eleições americanas (4 de novembro), que entraria com processos por fraude eleitoral. Ele não acredita que seu adversário, o democrata Joe Biden, tenha realmente o derrotado nas urnas.

Na noite desta terça-feira, 10, Trump surpreendeu mais uma vez criando expectativas no Twitter: prometeu que, às 21h no horário de Washington, as provas recolhidas de possíveis fraudes eleitorais seriam reveladas no canal Fox News. De fato, jornalistas do canal apresentaram 234 páginas de depoimentos juramentados, de pessoas que alegam ter visto fraudes no dia da votação, relativos ao condado de Wayne, no Michigan, onde Joe Biden virou sobre Trump.

Sob juramento, há relatos de cédulas contadas mais de uma vez, votos de falecidos e até cédulas sem registro de eleitor sendo contabilizadas. A Fox garante que os documentos apresentados são legítimos, mas que se relatos forem mentirosos, os falsos delatores devem responder na Justiça.

Agora, o estado da Geórgia, vencido por Biden, já anunciou que fará contagem manual dos votos, segundo informações da CNN americana. Entre as denúncias mais recorrentes, está a versão de que os observadores republicanos foram atrapalhados ou impedidos de acompanharem a contagem. Fique de olho por aqui em todos os desdobramentos das eleições americanas.

 

Imagem: Brendan Mcdermid/ Reuters

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp