Revisão do FCDF: Bancada de Brasília condena proposta do governo como ameaça à segurança e serviços essenciais

Revisão da FCDF “condena segurança à morte”, diz bancada de Brasília

Parlamentares da base e da oposição adotaram posição contrária à proposta de revisão do cálculo do FCDF apresentada pelo governo federal

Para a bancada do Distrito Federal no Congresso Nacional, a revisão do cálculo do Fundo Constitucional, proposta pelo governo federal, “condena a segurança pública da capital brasileira à morte” e coloca em risco os serviços de saúde, educação e a própria qualidade de vida da população.

O deputado federal Alberto Fraga (PL) buscará apoio do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para barrar qualquer alteração no FCDF. “Mais uma vez o governo do PT, por pura maldade, quer mexer no FCDF. Mexer no fundo é condenar à morte a segurança pública no DF. DE não tem indústria e não tem condições de manter as forças, que, ao longo desses anos, conseguiu melhorar os salários através do FCDF”, alertou.

Na leitura da senadora Leila Barros (PDT), a tentativa de alterar a base de cálculo do FCDF é inoportuna e preocupante. “Estamos estudando os impactos financeiros dessa proposta, mas é importante ressaltar que qualquer medida que reduza os recursos destinados à saúde e às forças de segurança ocorre num momento inadequado, especialmente diante do crescimento de atos violentos contra os Três Poderes da República”, disse.

Em 2023, o relator do arcabouço fiscal, deputado federal Cláudio Cajado (PP-BA), propôs a redução do FCDF. O debate mobilizou toda a bancada do DF contra a proposta. A iniciativa chegou a passar na primeira votação na Câmara, mas não prosperou no Senado. Novamente, a ameaça de revisão do fundo uniu parlamentares da base e da oposição.

Segundo o deputado federal Rafael Prudente (MDB), a proposta é ruim e desnecessária. “Em vez de discutir a redução de despesas, sentar à mesa para saber como o parlamento pode ajudar, o governo federal ataca o DF. Se essa proposta virar realidade, representa um perda de aproximadamente R$ 12 bilhões para o DF até 2023. Este é o presente que o governo federal quer dar para a população DE”, afirmou.

Na avaliação do deputado federal Gilvan Máximo (Republicanos), a redução do FCDF vai quebrar as áreas vitais, levando os serviços à falência. “Mais uma vez, vamos convencer o governo federal e o ministro Haddad de que eles estão errados. Vamos trabalhar e articular para mostrar mais uma vez que a saúde, educação e segurança do DF dependem do fundo. A capital da republica depende do FCDF”, assinalou.

O deputado federal Julio Cesar (Republicanos) avalia a proposta como um retrocesso inaceitável. “Essa proposta prejudica diretamente a população do DF, que depende desses recursos para manter serviços essenciais. Não podemos permitir que a Polícia Civil, a Polícia Penal, a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, além da saúde e da educação, sejam impactados por uma redução injusta dos repasses”, pontuou.

O deputado federal Fred Linhares (Republicanos) avalia que o debate do FCDF vai além da manutenção das forças. “No ano passado, apresentei um destaque que retirou o DF do Fundo Constitucional no novo marco fiscal. O que está em jogo aqui não é só dinheiro. É a qualidade de vida de cada um de nós. Eu já dei a minha cara para bater em defesa do DF e não vou deixar ninguém tirar o que é nosso por direito”, prometeu.

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Infestação de ratos na PRF: Funcionários preocupados com riscos à saúde

Infestação de ratos toma de conta de prédio da PRF no DF: “Clima ruim”

Segundo os relatos, há 15 dias o problema foi identificado, mas a situação
persiste, mesmo após a aplicação de veneno para os roedores

A presença de ratos e fezes dos roedores no bloco da Diretoria de Gestão de
Pessoas (DGP) da Polícia Rodoviária Federal (PRF) [02 tem tirado a paz de servidores da corporação, em Brasília. Segundo os relatos de policiais ouvidos pela reportagem, há 15 dias o problema foi identificado, mas a situação persiste, mesmo após a aplicação de veneno.

De acordo com um servidor, que preferiu não se identificar, os roedores se locomovem principalmente pelos dutos de ar condicionado, localizados no chão, o que aumenta o risco de contaminação. “A chance de alguém pegar uma doença é muito grande. Está saindo do controle”, afirmou.

O policial também destacou o descaso de gestores em resolver o problema.

> “Parece que está sem verba para fazer um serviço que acabe de vez com isso. Logo na DGP, que é onde deveria se preocupar com o bem-estar do servidor, os diretores parecem estar fazendo pouco caso. O clima não é bom”, disse.

Os ratos não são vistos no local durante o dia, mas vestígios da existência deles por lá, como fezes e cabos roídos, são constantemente flagrados ao amanhecer. Preocupados com a própria saúde e o bem-estar no ambiente de trabalho, os servidores já pediram providências imediatas para a solução do problema, mas foi em vão.

Em vídeo, é possível ver as fezes dos animais espalhadas pelo ambiente.

Uma das preocupações dos servidores da PRF é com a possibilidade de os ratos transmitirem alguma doença, como a leptospirose, por exemplo. A enfermidade é causada pela bactéria do gênero Leptospira e a transmissão acontece pelo contato com a urina de ratos contaminados. O simples contato da pele e de mucosas com a água infectada pode ser o suficiente para causar a infecção.

Os primeiros sintomas são febre alta (acima de 38ºC), que começa de maneira súbita, associada a calafrios, dores de cabeça e musculares (principalmente na região da panturrilha), falta de apetite, náusea e vômito e olhos vermelhos.

O mal é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma doença negligenciada e subnotificada: a estimativa é de que, a cada ano, 500 mil novos casos ocorram em todo o mundo, com uma mortalidade que pode variar de 10% a 70% em casos graves.

“A leptospirose é uma doença de notificação compulsória em todo o território nacional. Ela deve ser feita já na suspeita tanto em casos de surtos quanto de um único caso, e o quanto antes, para que as ações de vigilância epidemiológica sejam iniciadas. Essas ações têm como objetivo controlar o foco para evitar que mais pessoas desenvolvam a doença”, explica Emy Akiyama Gouveia, infectologista do Hospital Israelita Albert Einstein.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) foi procurada pelo DE para comentar sobre a denúncia de infestação de ratos na unidade, mas, até a última atualização desta reportagem, a corporação não havia emitido nenhum parecer. O espaço segue aberto para possíveis manifestações.

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