O ex-presidente da Beija-Flor e atual deputado federal Ricardo Abrão assumiu recentemente o mandato deixado por Chiquinho Brazão na Câmara dos Deputados. Brazão teve seu mandato cassado pela Mesa Diretora da Câmara devido à ausência a sessões legislativas, conforme prevê o artigo 55 da Constituição Federal. Além disso, Brazão é acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes em 2018.
Com a cassação de Brazão, Ricardo Abrão, que é o primeiro suplente do partido União Brasil, assumiu a vaga na Câmara. Abrão, que teve 43.219 votos nas eleições de 2022, já ocupou o cargo de deputado federal anteriormente, além de ter presidido a Beija-Flor. Ele é filho de Farid Abrão David, ex-prefeito de Nilópolis e sobrinho de Anísio Abraão David, ligado ao jogo do bicho e envolvido em operações policiais.
Ricardo Abrão é advogado e ocupava o cargo de secretário de Ação Comunitária na prefeitura do Rio antes de assumir como deputado. Ele já foi deputado estadual no Rio de Janeiro duas vezes e possui uma longa trajetória política. Com a cassação do mandato de Brazão, Abrão assume o posto e passa a representar seu partido na Câmara dos Deputados.
A aprovação da cassação de Brazão pelo Conselho de Ética da Câmara foi baseada em evidências de condutas incompatíveis com o decoro parlamentar. A defesa do deputado ainda pode recorrer à Comissão de Constituição e Justiça, porém, o encaminhamento do caso ao plenário da Câmara já ocorreu. A decisão final sobre a cassação caberá aos 513 deputados, sendo necessária maioria absoluta (257 votos) para a efetivação.
A relatora do caso, Jack Rocha, destacou que as provas indicam o envolvimento de Brazão em irregularidades graves e na execução de Marielle. A investigação conduzida pela PF apontou Brazão e seu irmão como mandantes do crime. No entanto, Brazão nega as acusações e afirma ser inocente. O cenário político continua em movimento com os desdobramentos do caso, aguardando a decisão final da Câmara dos Deputados sobre a cassação de Brazão.