‘O Rio de Janeiro continua lendo’: cidade contará com um calendário ‘móvel’ de eventos e publicações para celebrar a capital do livro
Slogan foi criado como base no verso ‘O Rio continua lindo’, da canção ‘Aquele Abraço’.
Lucas Padilha, secretário municipal de Cultura — Foto: Cristina Boeckel/de Rio
A cidade do Rio contará com uma série de eventos oficiais e publicações que têm como objetivo seduzir não apenas os cariocas, mas todos os brasileiros. A capital fluminense foi escolhida pela Unesco como a Capital Mundial do Livro em 2023, e a marca foi lançada nesta sexta-feira (11).
O slogan do evento usa como base um dos versos da canção “Aquele Abraço”. Assim, “o Rio de Janeiro continua lindo” se tornou “o Rio de Janeiro continua lendo” pela importância da leitura.
O secretário municipal de Cultura, Lucas Padilha, destacou que o slogan foi elaborado a partir de conversas com a Academia Brasileira de Letras (ABL), que participa dos eventos. Gilberto Gil, um dos imortais, fez questão de participar do vídeo de lançamento da iniciativa.
“Quando o Gil soube que fizemos isso com a música dele, ele quis gravar o vídeo”, afirmou Padilha.
O Rio de Janeiro receberá o título de Estrasburgo, na França, no dia 23 de abril. E passará o título para Rabat, no Marrocos, na mesma data, em 2026. A capital fluminense é a primeira cidade de língua portuguesa escolhida pela Unesco.
“Será um ano de eventos para comemorar e contaremos com a união de todos para engrandecermos o Rio de Janeiro. Temos por obrigação comunicar e festejar com todos”, afirmou Francisco Gomes da Costa, presidente do Real Gabinete Português de Literatura, onde aconteceu o lançamento.
Um dos focos do projeto é parar a queda no número de leitores no país. Em 4 anos, o país perdeu 7 milhões de leitores.
Para conter essa perda, uma série de medidas, como a promoção de rodas de leituras e feiras literárias locais, fazem parte do projeto. A união de música e literatura também é um destaque, com eventos em escolas de samba.
Outras medidas associadas, como a proibição de celulares na rede municipal de ensino e posteriormente em todo o país, foram destacadas no evento.
“A gente permite que a leitura também possa ser valorizada e que o livro também seja interessante”, afirmou Renan Ferreirinha, secretário municipal de Educação.
Entre os destaques da iniciativa está a Bienal do Livro, apontada como a mais grandiosa das últimas quatro décadas. Também ganham relevância projetos de base, como o Rio de Livros, além de campanhas de incentivo à leitura por meio da troca de exemplares em locais de grande movimento, como o Terminal Gentileza.
“A ideia é que toda a rede de mobilidade urbana seja impactada e aqueles que ainda não possuem uma familiaridade possam trocar”, disse Isabel Werneck, diretora do Rio Capital do Livro.
Os eventos de incentivo à leitura contam com um calendário considerado “móvel” pelos organizadores do Rio Capital Mundial do Livro, que podem ser consultados ao longo do ano no site oficial do evento, que ainda será lançado. Porém, alguns deles são considerados “âncoras” e guiarão as ações, como a realização da Bienal do Livro.
De acordo com a prefeitura, esta será a maior edição em 40 anos de evento.
O festival “Paixão de ler” que é promovido desde 1992, será em novembro, no MAM. O homenageado do ano será o poeta Ferreira Gullar.
Uma série de publicações fazem parte do cronograma como a edição de “Clássicos Cariocas”, com a reedição de algumas obras esgotadas que fazem parte da história política, cultural e da sociedade do Rio de Janeiro.
“Uma capital para a República”, de Américo Freire; “O Sertão Carioca”, de Magalhães Correa e “Rio, Segundo Distrito Federal”, de Christian Lynch, são algumas das obras.
Outras obras estão relacionadas às histórias dos bairros e a publicação de um livro com imagens inéditas da cidade.