Praça Onze Maravilha: inspirado no porto, projeto para revitalizar área do Sambódromo derrubará viaduto e terá espaço cultural de 40 mil m²
Projeto prevê demolição do viaduto 31 de Março, abertura de novas vias, construção de moradias e da Biblioteca dos Saberes, um espaço com teatros, salas de estudo, áreas de exposições e jardins suspensos.
Prefeitura lança o Praça Onze Maravilha
A Prefeitura do Rio lançou nesta quinta-feira (20) o Praça Onze Maravilha, um amplo plano de revitalização urbana para uma área de 2,5 milhões de metros quadrados no Centro da cidade. O município prevê intervenções estruturais, novos equipamentos culturais e a reocupação residencial de parte da região.
O investimento estimado é de R$ 1,75 bilhão, com financiamento 100% privado, por meio de concessões, PPPs e instrumentos urbanísticos, segundo a Prefeitura do Rio.
Entre as principais ações, o município pretende demolir o Viaduto 31 de Março, que atualmente corta a região e, segundo a prefeitura, impede conexões entre Centro, Estácio e Catumbi.
A derrubada da estrutura, inspirada na demolição do Viaduto da Perimetral, na região do Porto, abrirá caminho para a remodelação completa do entorno do Sambódromo e para a instalação de novos serviços, áreas verdes, moradias e equipamentos públicos. O projeto, apresentado no Dia da Consciência Negra, abrange um território de forte valor simbólico, incluindo a Praça Onze e a Pequena África.
NOVO DESENHO URBANO
O plano prevê a abertura de novas vias, melhoria de circulação e a implantação de um mergulhão entre as ruas Frei Caneca e Salvador de Sá, sobre o qual será construída uma praça. A proposta busca simplificar os deslocamentos e restabelecer conexões interrompidas há décadas pela construção do viaduto. No entorno da Marquês de Sapucaí, as calçadas serão ampliadas e ganharão nova iluminação, reforço de drenagem e inclusão de áreas verdes. O Sambódromo será mantido, mas ganhará acessos modernizados e melhor estrutura de apoio para o Carnaval e para o uso cotidiano. O projeto prevê que áreas hoje subutilizadas serão reocupadas com novas edificações residenciais, comércio e serviços no térreo, com o objetivo de gerar fluxo permanente de moradores e visitantes.
BIBLIOTECA DOS SABERES
A Biblioteca dos Saberes, projetada pelo arquiteto Diébédo Francis Kéré – vencedor do Prêmio Pritzker – será um dos principais equipamentos do projeto. Com mais de 40 mil m², o edifício terá pilotis, cobogós, jardins suspensos e uma torre circular aberta à luz natural. A biblioteca reunirá teatro, anfiteatro, cozinhas, salas de estudo, áreas expositivas e acervos voltados à memória, patrimônio e expressões populares. O espaço ficará onde hoje funciona o Terreirão do Samba, ao lado do monumento a Zumbi dos Palmares, integrando-se a iniciativas culturais da Pequena África. A prefeitura acredita que o edifício será o principal legado do programa Rio Capital Mundial do Livro e que irá promover novos modelos de mediação cultural, conectando bibliotecas públicas e comunitárias.
UNIDADES RESIDENCIAIS
A prefeitura enviará à Câmara um projeto de lei criando a Área de Especial Interesse Urbanístico (AEIU) Praça Onze Maravilha, com 2,5 milhões de metros quadrados nos bairros Catumbi, Estácio, Cidade Nova e Praça Onze. Segundo o plano, a AEIU permitirá a construção de 37,5 mil unidades residenciais em 25 anos, com potencial para atrair mais de 100 mil moradores. O modelo de viabilidade econômica utiliza combinação de: concessões, PPPs, venda de potencial construtivo, pagamento de outorga onerosa, criação de um fundo imobiliário com imóveis públicos. Segundo a prefeitura, o projeto será debatido em audiência pública ainda este ano e encaminhado ao Legislativo até dezembro.
ILHA FLUTUANTE NA REGIÃO DO PORTO
O plano se integra às intervenções em andamento no Porto Maravilha, onde será construída a primeira ilha flutuante do Parque do Porto, próxima ao Museu do Amanhã. A estrutura terá mais de 16,8 mil m², com: praça gastronômica, quiosques e restaurantes, arena de eventos, jardim escultório, parque lúdico, marina, deck flutuante. O município afirma que essa expansão reforça o corredor cultural e ambiental que conecta o Cais do Valongo, a Pedra do Sal, a Praça Onze e o Sambódromo. O objetivo do projeto Praça Onze Maravilha, segundo o município, é transformar a região em um eixo de mobilidade, habitação e cultura, aproveitando a infraestrutura existente e incentivando o retorno de moradores para áreas centrais da cidade.




