Após resistir um mandado de prisão e atirar contra policiais, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal na noite deste domingo, 23. Ele foi levado até o presídio de Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro e deve passar por uma audiência de custódia nesta segunda, 24.
Além da prisão determinada por medida do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Jefferson também teve uma nova prisão em flagrante determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, por suspeita de tentativa de homicídio de dois policiais federais.
Mandado de prisão
Cumprindo prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, o mandado de prisão contra Roberto Jefferson foi expedido pelo ministro do STF na noite de sábado, 22. Entre os motivos apontados para o restabelecimento da prisão do ex-deputado estão o fato dele ter recebido visitas, ter dado orientações a dirigentes do PTB, concedido entrevista e promovido a disseminação de notícias fraudulentas.
A gota d’ água para o pedido de prisão ser cumprido foi a postagem onde Jefferson ataca a ministra Cármen Lúcia com falas ”de teor machista, misógino e criminoso”.
Na segunda decisão, Moraes citou no relatório da Polícia Federal (PF) o vídeo onde Roberto Jefferson admite ter atirado contra os policiais federais. O ex-deputado também lançou granadas de efeito moral contra os agentes.
O ministro afirmou que ”qualquer autoridade” que agisse a para retardar a prisão pela PF estaria sujeita a enquadramento por crime de prevaricação.
“A prisão foi cumprida após intensa negociação entre a Polícia Federal e o investigado, que ofereceu resistência inicial ao cumprimento da decisão judicial com o uso de arma de fogo e explosivos. Durante a diligência, dois policiais federais ficaram feridos por estilhaços de granada lançados pelo alvo. Eles foram prontamente atendidos, tiveram ferimentos leves e seguem sendo acompanhados pela PF”, afirmou à PF em nota.
Em vídeo, o ex-deputado relatou que não atirou contra os policiais e que eles podem ter sido atingidos por estilhaços. “Não atirei neles. Eles sabem disso. Eles podem ter pego um rescaldo.”
Jefferson relatou que viu que os agentes não usavam coletes à prova de balas e que atirou apenas contra um dos policiais como uma maneira de se defender.