“Diante do resultado das diligências realizadas, foi consenso entre os três delegados responsáveis pela investigação de não haver elementos indicativos destes dois tipos penais, peculato e interceptação ilegal”. A afirmação é do delegado-geral da Polícia Civil, Odair José, que apresentou, nesta quinta-feira (25/06), a conclusão do inquérito instaurado que apurou denúncias feitas contra o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, por Jorge Caiado, primo do governador. Ao expor a conclusão, o delegado-geral da PC, Odair José, deu detalhes de todos os procedimentos adotados, que culminaram com o pedido de arquivamento da matéria ao Judiciário, já que não foram encontrados indícios que comprovassem as acusações feitas contra Rodney. “Em depoimento, o denunciante não trouxe nenhum elemento indicativo dos crimes relatados”, pontuou Odair José.
Presente ao evento, o governador Ronaldo Caiado elogiou a postura do titular da Secretaria de Segurança Pública (SSP), que se afastou da função e que pediu o acompanhamento do Ministério Público no caso para que não houvessem ilações de interferência nas investigações. “O senhor volta com todas as credenciais e condições de poder, cada vez mais, exigir o cumprimento da lei e o combate firme e intensivo, sem trégua, à corrupção e também ao crime organizado em nosso Estado”, ressaltou o líder goiano.
Ao discursar, Caiado ainda falou sobre as intempéries a que, muitas vezes, os agentes públicos estão sujeitos em suas trajetórias. Detentor de seis mandatos no Congresso Nacional, o governador lembrou de um caso semelhante, que envolveu, à época, o presidente Itamar Franco e seu amigo pessoal e ministro da Casa Civil, Henrique Hargreaves. “Quando houve suspeitas de corrupção contra o Hargreaves, ele próprio solicitou o seu afastamento ao presidente para ser investigado. Sempre admirei a transparência do Itamar”, relatou o governador. Assim como as denúncias contra o ex-ministro foram consideradas improcedentes – de acordo com relatório final da CPI do Orçamento –, as contra o secretário goiano também não se mostraram fundamentadas.
O secretário de Segurança Pública ressaltou que abriu mão do foro privilegiado a que teria direito em função do cargo que ocupa, justamente porque nunca se considerou suspeito ou acusado. “É claro que traz uma chateação uma denúncia como essa, até porque, em quase 40 anos de vida pública, isso nunca tinha acontecido. Mas sempre fui o maior interessado na conclusão dessas investigações”, assinalou.
Rodney ainda falou sobre a missão a ele confiada por Caiado, ainda na época da transição de governo, em 2018, quando lhe foi pedido atenção a três áreas na pasta que viria a ocupar: combate aos crimes violentos, aos rurais, e aos organizados e contra a corrupção. Nesse sentido, ele citou iniciativas que conduziu, como a criação do Grupo de Combate a Corrupção, que em breve, se transforma em delegacia, já que a matéria foi aprovada na Assembleia Legislativa neste mês de junho; a estruturação do Disque-Denúncia contra a Corrupção (181), entre outras. “Vamos continuar trabalhando com honestidade e seriedade para fazer valer a máxima do governador: entregar Goiás aos goianos de bem”.