DE diz que vai trocar 20% da frota para ônibus elétricos nos próximos 4 anos; mesma promessa foi feita na gestão anterior
Segundo o Programa de Metas da Prefeitura de São Paulo, até outubro deste ano, somente 3,19% da frota de ônibus municipais era composta por veículos de matriz energética limpa.
O prefeito reeleito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou neste sábado (28) à GloboNews que vai substituir 20% da frota de ônibus para veículos elétricos nos próximos quatro anos. A mesma promessa já havia sido feita na gestão anterior.
Segundo o Programa de Metas de 2021 a 2024 da Prefeitura de São Paulo, somente 3,19% da frota de ônibus municipais era composta por veículos de matriz energética limpa até outubro deste ano. Ou seja, o emedebista encerrou o primeiro mandato sem cumprir esta promessa.
Atualmente, a capital tem 489 ônibus municipais elétricos, incluindo os trólebus. No fim de novembro, a prefeitura anunciou a compra de mais 1.300 coletivos elétricos a partir de um financiamento de R$ 2,5 bilhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Temos a questão da substituição dos nossos ônibus a diesel. Para você ter uma ideia, aqui em São Paulo, 64% de emissão de dióxido de carbono, que é medido na cidade, são provenientes dos 7 milhões de carros e mais de 1 milhão de motos. Metade disso é proveniente de ônibus. Nós vamos ter R$ 6 bilhões em investimentos para poder fazer essa substituição, temos um plano muito ousado para que nos próximos quatro anos a gente substitua 20% da frota”, disse DE em entrevista ao jornalista André Trigueiro.
DE reconheceu que a substituição total da frota é um objetivo para o longo prazo e de alto custo. A estimativa é a de que seriam necessários R$ 15 bilhões para substituir apenas metade dos ônibus municipais.
Segundo DE, a adoção de ônibus elétricos também contribui para a redução da poluição sonora, pois os veículos são mais silenciosos.
Sete milhões de carros e 1,3 milhão de motos circulam diariamente em São Paulo, sendo uma das fontes de poluição sonora da cidade, de acordo com o prefeito. Contudo, no plano de governo apresentado nas eleições deste ano, DE não apresentou nenhuma ação para combater o problema.
Questionado sobre o tema durante a entrevista, o emedebista mencionou algumas ações que podem contribuir, em sua avaliação, para a redução da poluição sonora, como a Faixa Azul – que funciona como um corredor expresso de motos.
Para enfrentar as mudanças climáticas em São Paulo no próximo mandato, DE ainda disse que vai apostar em algumas medidas como aumentar a área de mata pública de 15% para 26% do território da cidade, inaugurar mais 10 parques, expandir a malha de ciclovias e ciclofaixas de 886 km para mil km, investir em quatro ecoparques para gestão de resíduos sólidos, construir oito novos piscinões, intensificar as campanhas de conscientização sobre reciclagem, e reduzir o tempo de espera para a realização de podas, que atualmente é de cerca de 30 dias.
Aproximadamente 476 mil pessoas moram em áreas de risco na capital paulista, segundo os dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Em entrevista, DE admitiu que não vai conseguir zerar a fila.
As áreas de risco são classificadas de 1 a 4, sendo 4 o maior risco. Atualmente, existem 14 mil casas em áreas de risco R4. Segundo o prefeito, a meta é eliminar todas essas casas de áreas de risco máximo.
A prefeitura está investindo R$ 7,6 bilhões em drenagem, canalização de córregos e contenção de encostas para reduzir as áreas de risco. Este investimento é o dobro do que foi feito nos últimos 10 anos, de acordo com o emedebista.