Caetano detalha relação com Ancelotti e avalia mudança na CBF: “Autonomia aumentou”
Diretor de seleções explica processo para primeira convocação do italiano, fala sobre diálogo com Danilo após críticas e celebra expectativas elevadas com novo treinador
Gestão nova, treinador novo e uma nova forma de conduzir a seleção brasileira até a Copa de 2026. As chegadas de Carlo Ancelotti e Samir Xaud no último mês vão além de uma dança das cadeiras na CBF, os processos também tiveram um novo rumo. Neste cenário, Rodrigo Caetano é quem teve o trabalho mais impactado. A mudança na presidência deu, acima de tudo, maior autonomia a partir do afastamento entre política e futebol.
Rodrigo Caetano em entrevista ao ge em São Paulo — Foto: Cahê Mota / ge
A Data Fifa de junho tem mostrado que Xaud, mais do que verbalizar, coloca em prática um distanciamento até mesmo físico para que Caetano e Ancelotti ditem os rumos estruturais e técnicos do Brasil até o Mundial daqui a um ano. Realidade bem distinta da postura muitas vezes centralizadora do antecessor, Ednaldo Rodrigues. Elo entre as duas gestões, o diretor de seleções fez um comparativo em entrevista ao ge no hotel onde a delegação está hospedada, em São Paulo.
“Tenho mais autonomia. Não posso dizer que não tinha nenhuma, ou o que eu estava fazendo lá? Debatíamos questões mais sensíveis. Hoje, essa autonomia aumentou e melhorou na gestão do Samir. Sem dúvidas.”
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O diálogo mais direto e aberto no ambiente da Seleção permitiu até mesmo que as críticas feitas por Danilo à condução da CBF no ciclo fossem tratadas direta e imediatamente nos bastidores. Tanto Xaud quanto Caetano conversaram com o defensor para projetar maior harmonia e tranquilidade no um ano até o Mundial.
De imediato, a chegada de Ancelotti foi suficiente para renovar a esperança e reaproximar o torcedor da equipe nacional. Realidade que o dirigente entende ser importante, por mais que eleve as expectativas ainda em reinício de trabalho:
“A Seleção chegaria respeitada na Copa de qualquer forma e com expectativa alta, sabemos dessa responsabilidade. Quero crer que é um momento positivo e dentro do campo, com ajustes, vai melhorar. É melhor viver essa expectativa do que não tê-la.”
Caetano não se privou de falar sobre os bastidores da primeira convocação de Carleto. O dirigente admitiu que sua influência e de Juan foi grande para a pré-convocação e revelou tratar-se de um processo natural diante do cenário inicial.
Carlo Ancelotti e Rodrigo Caetano na Granja Comary
“Sempre foi confeccionada em muitas mãos e acabava convergindo para a decisão pessoal do treinador nos 23, e neste caso 25. Isso é normal. Quando você amplia a lista larga, nós todos trabalhamos para abastecer de informação não só técnica, de vídeo ou ver in loco”
No bate-papo, Caetano detalhou como tem sido o cotidiano com Ancelotti, admitiu não ter participado da negociação para a contratação do italiano e falou dos efeitos imediatos da turbulência que mudou a gestão da CBF no último mês. Em campo, o Brasil encara o Paraguai, terça-feira, às 21h45 (de Brasília), na Neoquímica Arena, pela 16ª rodada das eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2026. Com uma vitória e derrota da Venezuela para o Uruguai, o Brasil se garante no Mundial.