Última atualização 29/10/2024 | 09:29
Nesta terça-feira, 29, o contraventor Rogério Andrade, sobrinho de Castor de Andrade, foi preso pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) por sua participação na morte de Fernando Ignácio. Rogério Andrade, conhecido como um dos principais bicheiros do Rio de Janeiro e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel, foi alvo de uma operação que culminou em sua detenção.
As investigações realizadas pela Polícia Federal revelaram que a disputa entre Rogério Andrade e Fernando Ignácio, que ocorreu entre 1999 e 2007, resultou em nada menos que 50 mortes. Essa rivalidade sangrenta foi um dos principais motivos que levaram às autoridades a intensificar as investigações contra Rogério Andrade.
A execução de Fernando Ignácio ocorreu em um heliporto em 10 de novembro de 2020 em uma emboscada no Recreio dos Bandeirantes. O bicheiro havia acabado de desembarcar de um helicóptero, vindo de Angras dos Reis, na Costa Verde, e alvejado ao caminhar até o carro por um fuzil 556.
Rogério Andrade foi preso em casa, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca. O mandado foi cumprido pela 1º Vara Criminal do Tribunal do Júri.
A prisão de Rogério Andrade é vista como um grande golpe contra as atividades criminosas no Rio de Janeiro, especialmente considerando a longa história de violência e disputas que caracterizam o mundo da contravenção.
Crimes pelo poder
Castor de Andrade era um dos mais famosos bicheiros do Rio de Janeiro e morreu de infarto em 1997. Iggnácio era genro de Castor e assumiu o império, expandindo o império com máquinas de caça-níqueis.
Rogério é sobrinho de Castor e, no fim dos anos 90, decidiu investir também em caça-níquel. O bicheiro invadiu parte do negócio de Iggnácio, dando início a uma disputa sangrenta na família.
Rogério Andrade chegou a ser denunciado pelo crime em março de 2021, mas foi solto após a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) trancar a ação penal por falta de provas.
O bicheiro foi preso novamente em 2022, ao lado do filho Gustavo, durante a 2ª fase da Operação Calígula. Ele permaneceu detido e foi solto sob pena de utilização de tornozeleira eletrônica, que o monitorou durante 1 ano e meio até que foi retirado em abril deste ano.