Condenada pelos atos de 8 de janeiro que estava foragida é presa após ser
deportada dos Estados Unidos
Rosana Maciel Gomes, condenada pelo STF a 13 anos e 6 meses de prisão, foi
detida ao desembarcar em Minas após ser deportada dos Estados Unidos.
Rosana Maciel Gomes, que foi condenada pelo STF e teve o nome colocado na
lista vermelha da Interpol — Foto: Fábio Lima/O Popular
A Polícia Federal prendeu, na noite desta quarta-feira (27/08), Rosana Maciel
Gomes, condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos e 6 meses de
prisão por crimes ligados aos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
A prisão ocorreu no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, na Região Metropolitana,
por volta das 18h30, quando ela desembarcava em um voo fretado pelo governo
americano com deportados brasileiros.
Segundo a PF, Rosana havia sido detida pela imigração dos Estados Unidos. Após
exame de corpo de delito, foi levada ao Complexo Penitenciário Feminino Estevão
Pinto, na capital mineira, onde está à disposição da Justiça.
COMO COMEÇOU O PROCESSO
Rosana foi presa em flagrante no dia dos atos antidemocráticos, em 8 de janeiro
de 2023, dentro do Palácio do Planalto. No mesmo mês, o STF converteu a prisão
em preventiva, alegando risco à ordem pública e necessidade de investigação de
financiadores e articuladores.
Em maio de 2023, a Procuradoria-Geral da República apresentou denúncia, aceita
pelo STF, imputando a ela crimes como golpe de Estado, abolição violenta do
Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, dano qualificado e
deterioração de patrimônio tombado.
Em agosto de 2023, o ministro Alexandre de Moraes concedeu liberdade provisória,
impondo medidas cautelares como tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar
noturno, entrega de passaportes e proibição de uso de redes sociais.
FUGA E ORDEM DE PRISÃO
Em janeiro de 2024, Rosana deixou de cumprir as condições impostas, como
comparecimento semanal à Vara de Execução de Penas em Goiânia. Em 26 de janeiro, Moraes
determinou o bloqueio de seus bens.
Em seguida, a Procuradoria-Geral da República pediu a prisão preventiva e a
inclusão do nome de Rosana na Difusão Vermelha da Interpol, medida autorizada pelo STF. Autoridades estrangeiras relataram sua passagem por
países como Uruguai, Argentina e Peru.
CONDENAÇÃO DEFINITIVA PELO STF
Em sessão virtual concluída em novembro de 2023, o STF condenou Rosana Maciel
Gomes a 13 anos e 6 meses de prisão (12 anos de reclusão e 1 ano e 6 meses de
detenção), além de 100 dias-multa e do pagamento solidário de R$ 30 milhões por
danos morais coletivos. O acórdão foi publicado em 1º de fevereiro de 2024.
A defesa entrou com recursos entre março e abril de 2024, que foram rejeitados.
Com isso, a condenação foi mantida. A decisão é definitiva.
O QUE DISSE A DEFESA
No processo, os advogados de Rosana sustentaram que ela não participou de atos
violentos e que sua presença em Brasília foi pacífica. Também
afirmam que não havia provas suficientes para enquadrá-la nos crimes de golpe de
Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
Os argumentos, entretanto, não foram acolhidos pela Justiça. O De tenta contato com a defesa de Rosana.
Veja algumas das principais falas do primeiro dia de julgamento dos atos
antidemocráticos
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