O aumento no número de roubos e de sequestros-relâmpagos, aliado ao aumento do preço dos combustíveis, fez com que a frota de veículos ligados a aplicativos em Goiás passasse de 40 mil de dezembro de 2020 para pouco mais de 15 mil atualmente. A informação é do vice-presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de Goiás (Amago), Rodrigo Vaz, de 38 anos, cinco deles como motorista de aplicativo.
“Hoje ser motorista de aplicativo é complicado. Tem assalto todo dia. Muita insegurança para o motorista porque não temos como fazer a conferência do passageiro antes da viagem. Tem muito passageiro com perfil fake”, relata.
Ele lembra que recentemente pegou um passageiro ao meio-dia, no Jardim Novo Mundo, para levá-lo à Vila Galvão, em Senador Canedo. “No caminho ele começou a me guiar. Vira aqui, vira ali. Ele procurava uma pessoa e felizmente não encontrou”. O passageiro queria fazer o acerto de contas com um traficante local. “Só pensei que a polícia poderia metralhar o carro e eu passar por bandido, como já aconteceu com um colega há mais ou menos 3 anos, em Trindade”.
Ele denuncia que as empresas de aplicativo não estão preocupadas com a segurança dos motoristas e que visam apenas o dinheiro. Por outro lado, reconhece que a polícia não tem como abordar todo motorista de aplicativo.
“Hoje só é motorista de aplicativo aquela pessoa que tem o carro ou moto e que está desempregado. Antes, tinha motorista que fazia o complemento da renda após o expediente ou nos finais de semana e feriado e aqueles que alugavam carros para poder trabalhar nos aplicativos. Estes dois já desistiram”, disse.
Rodrigo conta que antes, os motoristas de aplicativos não tinham respaldo algum da Secretaria de Segurança Pública (SSP), mas ainda falta muito a ser conquistado pela categoria. “Corremos o risco diário de ficar sem o dinheiro do ganho do dia, sem o carro e até sem nossas vidas”, lamenta.