Rússia vai informar Brasil sobre rumo das negociações com a Ucrânia
Segundo Putin, Brasil e outros aliados dos Brics serão informados sobre resultados das negociações sobre a Ucrânia em um futuro próximo
O governo do Brasil será informado sobre os resultados das negociações de paz na guerra da Ucrânia, revelou o presidente da Rússia, Vladimir Putin. A declaração do líder russo aconteceu nesta quarta-feira (19/2).
ENVOLVIMENTO DO BRASIL
O governo do Brasil já tentou mediar a paz entre Rússia e Ucrânia, e apresentou, com a China, um plano de paz para o conflito em maio de 2025. Os dois governos defendiam, na época, que as negociações envolvessem os dois países, e não só um, como acontecia em cúpulas anteriores. Em entrevista exclusiva ao DE, Zelensky classificou a proposta como “destrutiva”. O presidente da Ucrânia acusou Brasil e China de não consultarem seu país sobre a iniciativa, mas a Rússia sim. Ao lado da Rússia e de outros nove países, o Brasil compõem os Brics.
Segundo Putin, o governo brasileiro deve receber informações sobre o andamento das discussões, assim como outros países dos Brics, em um “futuro muito próximo”. Na quarta-feira (18/2), as negociações de paz avançaram após encontro de delegações da Rússia e EUA na Arábia Saudita.
“Nós, da nossa parte, sem dúvida informaremos nossos amigos no âmbito dos Brics. Sabemos do interesse deles em resolver as relações entre a Rússia e a Ucrânia, em resolver esta crise e em acabar com as hostilidades”, afirmou Putin ao deixar um evento em São Petersburgo.
Sem citar o Brasil, o presidente russo ainda relembrou a proposta de paz apresentada por Brasília e Pequim no último ano, e disse que tratou a iniciativa com ‘respeito”, mesmo que ela não tenha avançado.
Com a entrada da Indonésia em janeiro deste ano, os Brics agora contam com onze membros plenos: África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Além disso, o bloco se expandiu na última cúpula dos Brics realizada na Rússia, e anunciou a entrada de países parceiros. Sob a presidência brasileira, Nigéria, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão foram anunciados como membros da categoria, que tem menor poder de decisão no grupo.