Rússia pode ter matado líder do Estado Islâmico

O ministro da Defesa da Rússia afirmou nesta sexta-feira (16) que um ataque aéreo russo pode ter matado o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, informou a agência Tass. A coalizão, que é liderada pelos Estados Unidos, não consegue confirmar a informação, segundo a Associated Press.

O ataque que pode ter matado al-Baghdadi foi feito em 28 de maio em Raqqa, cidade no centro-norte da Síria que é o principal reduto do grupo terrorista no país, de acordo o ministro Sergei Shoigu.

O alvo do bombardeio era um encontro de líderes do Estado Islâmico. “Informações que estão sendo checadas por diversos canais indicam que o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al-Baghdadi, que foi eliminado pelo ataque aéreo, também estava participava do encontro”, informou o ministério segundo a agência de notícias RIA.

Raqqa e Mossul, capitais do Estado Islâmico

Raqqa, na Síria, e Mossul, no Iraque, são as capitais do Estado Islâmico e estão sob intenso ataque de diversas forças de segurança. Raqqa está quase cercada por uma coalizão de grupos sírios, curdos e árabes, e as forças iraquianas já retomaram a maior parte de Mossul, cidade que havia sido conquistada pelo grupo terrorista em junho de 2014.

Com a conquista da cidade, al-Baghdadi se declarou “califa” (líder de todos os muçulmanos). O vídeo do líder do Estado Islâmico vestido com mantos clericais negros declarando seu califado, do púlpito da Grande Mesquita de Al-Nuri, é sua última imagem pública.

Recompensa de US$ 25 milhões

Caso a morte de al-Baghdadi se confirme, será um grande triunfo da Rússia, que intervém na guerra civil síria e defende o ditador Bashar al-Assad, e um revés para os Estados Unidos, que oferecia uma recompensa de US$ 25 milhões (mais de R$ 80 milhões) para levá-lo à Justiça.

O programa de recompensas de contraterrorismo do Departamento de Estado dos EUA ofereceu os mesmos US$ 25 milhões por Bin Laden e pelo falecido presidente iraquiano, Saddam Hussein, e ainda oferece o valor para quem denunciar o sucessor de Bin Laden na Al Qaeda, Ayman al-Zawahiri.

Nascido Ibrahim al-Samarrai, al-Baghdadi é um iraquiano de 46 anos que rompeu com a Al Qaeda em 2013, dois anos após a captura e morte do líder do grupo, Osama bin Laden.

Ele cresceu em uma família religiosa, estudou teologia islâmica em Bagdá e se uniu à insurgência salafista jihadista em 2003, o ano da invasão dos EUA ao Iraque. Ele foi capturado pelos norte-americanos, que o soltaram cerca de um ano mais tarde por considerá-lo então um civil, não um alvo militar.

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Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Netanyahu e líder do Hamas por crimes de guerra

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu, nesta quinta-feira, 21, mandados de prisão internacional para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif, por supostos crimes de guerra e contra a humanidade.
 
Os mandados foram expedidos após o procurador do TPI, Karim Khan, ter solicitado a prisão deles em maio, citando crimes relacionados aos ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023 e à resposta militar israelense em Gaza. O TPI afirmou ter encontrado “motivos razoáveis” para acreditar que Netanyahu e Gallant têm responsabilidade criminal por crimes de guerra, incluindo a “fome como método de guerra” e os “crimes contra a humanidade de assassinato, perseguição e outros atos desumanos”.
 
Netanyahu e Gallant são acusados de terem privado intencionalmente a população civil de Gaza de bens essenciais à sua sobrevivência, como alimentos, água, medicamentos, combustível e eletricidade, entre outubro de 2023 e maio de 2024. Essas ações resultaram em consequências graves, incluindo a morte de civis, especialmente crianças, devido à desnutrição e desidratação.
 
Mohammed Deif, líder militar do Hamas, também foi alvo de um mandado de prisão. O TPI encontrou “motivos razoáveis” para acreditar que Deif é responsável por “crimes contra a humanidade, incluindo assassinato, extermínio, tortura, estupro e outras formas de violência sexual, bem como crimes de guerra de assassinato, tratamento cruel, tortura, tomada de reféns, ultrajes à dignidade pessoal, estupro e outras formas de violência sexual”.
 
Os mandados de prisão foram emitidos para todos os 124 países signatários do TPI, incluindo o Brasil, o que significa que os governos desses países se comprometem a cumprir a sentença e prender qualquer um dos condenados caso eles entrem em territórios nacionais.
O governo israelense rejeitou a decisão do TPI, questionando a jurisdição do tribunal sobre o caso. No entanto, os juízes rejeitaram o recurso por unanimidade e emitiram os mandados. O gabinete de Netanyahu classificou a sentença de “antissemita” e “mentiras absurdas”, enquanto o líder da oposição, Yair Lapid, a chamou de “uma recompensa ao terrorismo”. O ex-primeiro-ministro israelense Naftali Bennett também criticou a decisão, considerando-a uma “vergonha” para o TPI.
O conflito na Faixa de Gaza, que se arrasta há mais de um ano, deixou milhares de mortos e devastou a região. A decisão do TPI simboliza um avanço na responsabilização por crimes graves, embora sua eficácia prática seja limitada, dado que Israel e os Estados Unidos não são membros do TPI e não reconhecem sua jurisdição.

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