Rússia reage à ameaça de Trump sobre os Brics e destaca “erosão do dólar”

O governo russo respondeu às recentes declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou impor tarifas de 100% contra os países do bloco Brics caso avancem com a proposta de uma moeda própria para substituir o dólar no comércio internacional. Segundo o Kremlin, a “erosão” da atratividade do dólar está se intensificando.

Dmitry Peskov, porta-voz do governo russo, afirmou nesta segunda-feira, 2, que o dólar tem perdido apelo como moeda de reserva em várias partes do mundo. “O dólar está se tornando cada vez menos atraente como moeda de reserva para diversos países. Esse é um processo real de erosão, que está se intensificando”, declarou.

A criação de uma moeda alternativa ao dólar é uma das principais pautas em discussão pelos Brics e conta com o apoio do Brasil, que assumirá a presidência rotativa do bloco em 2025. De acordo com o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, uma das prioridades do Brasil será implementar um sistema de pagamento próprio para facilitar as transações comerciais entre os membros do grupo.

As declarações de Trump e a resposta da Rússia refletem as tensões crescentes em torno do papel dominante do dólar no comércio global e as estratégias de outros blocos para reduzir a dependência da moeda norte-americana.

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Trudeau anuncia renúncia ao cargo de premiê após eleição de novo líder

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, declarou nesta segunda-feira, 6, que pretende renunciar à liderança do Partido Liberal após nove anos no comando. Ele permanecerá no cargo até que um novo líder seja escolhido pelo partido.

Trudeau enfrenta forte pressão interna devido a pesquisas que indicam uma ampla derrota dos liberais na próxima eleição. Durante coletiva de imprensa, ele informou que o Parlamento será suspenso até março, o que adiará qualquer votação de desconfiança contra o governo.

“Planejo renunciar como líder do partido e como primeiro-ministro após a escolha do novo líder por meio de um processo competitivo e nacional”, afirmou Trudeau. Ele destacou que o país precisa de uma “verdadeira opção” nas urnas e admitiu que as batalhas internas comprometeriam sua eficácia eleitoral.

À frente do governo desde novembro de 2015, Trudeau foi reeleito duas vezes, mas sua popularidade tem caído nos últimos dois anos devido à insatisfação com os altos preços e a crise habitacional. Pesquisas apontam uma derrota dos liberais para os conservadores liderados por Pierre Poilievre, especialmente em uma eleição prevista até o final de outubro.

A pressão para que Trudeau renunciasse aumentou significativamente após sua tentativa de rebaixar Chrystia Freeland, ministra das Finanças e aliada próxima, que se opôs aos seus planos de aumento de gastos. Freeland pediu demissão, acusando o premiê de priorizar “artifícios políticos” em detrimento do interesse do país.

Trudeau permanecerá como primeiro-ministro pelo menos até 20 de janeiro, quando o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, tomará posse. Trump já sinalizou a possibilidade de impor tarifas que podem impactar a economia canadense.

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