A Sabesp, maior companhia paulista de saneamento, assinou no sábado (4) o contrato de compra e venda de 70% da Emae, empresa paulista de energia recentemente privatizada, por R$ 1,1 bilhão. Essa ação marca a entrada da empresa no setor elétrico e traz consigo a intenção de tratar água da Billings, beneficiando assim a população da Grande São Paulo e da Baixada Santista. A efetivação do contrato está condicionada à aprovação de agências federais e estaduais, como o Cade, Aneel e Arsesp, e a previsão é que o processo dure aproximadamente 60 dias.
Com a aquisição da Emae, a Sabesp projeta o tratamento de 7 mil litros de água por segundo, visando melhorar o abastecimento nas regiões mencionadas. A ideia é construir Estações de Tratamento de Esgoto no entorno da represa Billings e Guarapiranga, áreas atualmente sob responsabilidade da Emae. Além disso, está prevista a ampliação do bombeamento de água entre represas, com novas estações planejadas para áreas estratégicas como Jardim Shangrilá e Jardim ângela, aumentando assim a capacidade de abastecimento.
A Sabesp almeja a operação completa do Projeto Billings, visando o uso dos rios Tietê, Pinheiros e da Billings para abastecimento de água e geração de energia elétrica na usina Henry Borden, na Baixada Santista. A longo prazo, a empresa espera que, com melhorias na qualidade da água do Tietê, seja possível utilizar a Billings para o abastecimento normal da população. Também está nos planos aumentar a vazão da água para o rio Cubatão, beneficiando municípios como Santos, São Vicente e Cubatão.
A aquisição da Emae representa para a Sabesp não apenas uma expansão de atuação no setor elétrico, mas também a oportunidade de contribuir significativamente para a melhoria do abastecimento de água e tratamento de esgoto nas regiões atendidas. Com a privatização da Emae em 2024, a Sabesp passará a ter o controle de cinco usinas hidrelétricas conectadas ao Sistema Integrado Nacional, ampliando assim sua participação nesse mercado.
Atualmente, a represa Billings fornece água para a Grande São Paulo apenas através de dois de seus braços ainda limpos, o Rio Grande e o Taquacetuba. Com os planos de tratamento e abastecimento da Sabesp, a expectativa é de uma significativa melhoria na qualidade de água dessas regiões, beneficiando milhões de habitantes. É essencial aguardar a aprovação das agências fiscalizadoras para que os projetos sejam colocados em prática, gerando impactos positivos tanto no setor de saneamento quanto no setor elétrico.