Saiba como cada deputado goiano votou no “PL do Veneno”, aprovado na Câmara

A matéria flexibiliza as regras para o uso de agrotóxicos no Brasil. Apenas dois goianos votaram contra

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (9) um projeto de lei que flexibiliza as normas sobre os agrotóxicos no Brasil. A matéria foi apresentada em 2002 e desde 2018 estava parada. Com 301 votos favoráveis e 150 contra, o texto segue para o Senado. Apenas dois deputados goianos votaram contra

O principal ponto do projeto é centralizar a decisão de autorização dos produtos no Ministério da Agricultura – atualmente a permissão passa também pelo Ibama e Anvisa. A ideia é de que os dois órgãos possam agora apenas avaliar o impacto e risco da substância, servindo como uma “consultoria”. Além disso, caso se torne uma lei, é aberto brecha para o registro temporário de autorização de agrotóxicos, concedido exclusivamente pelo ministério. O texto prevê também a mudança dos termo “agrotóxicos” para “pesticidas”.

O projeto de lei nº 6.299/2002 já arrasta uma discussão de duas décadas. A bancada ruralista defende a matéria com o argumento de trazer modernidade ao tema e transparência nas decisões. Os deputados do agro alegam que o fato dos agrotóxicos necessitarem de avaliação de três órgãos atrasa o trâmite e que o ministério da Agricultura possui competência para essa decisão.

Já a oposição apelidou a matéria como “PL do Veneno”, em justificativa a uma série de problemas e riscos associados aos agrotóxicos, como a saúde da população e a destruição do meio ambiente. Segundo o deputado Elias Vaz (PSB), o projeto é uma estratégia do governo federal em “passar com a boiada”. “É mais um golpe contra o meio ambiente e contra a saúde pública. É evidente que se você flexibilizar a utilização de agrotóxico, significa expor a sociedade a mais riscos”, afirma o goiano.

Vaz pontua ainda sobre o fato do Brasil já possuir um extenso número de agrotóxicos autorizados. No ano passado, houve a liberação de 585 novos produtos. Em 2020, foram 493 e em 2019, 475 substâncias. “O Brasil já é um país extremamente imprudente no uso do agrotóxico e agora querem flexibilizar ainda mais, tanto é que aqui vários tipos de agrotóxicos que são proibidos na maioria dos países do mundo podem ser utilizados e agora querem flexibilizar ainda mais. É um grande absurdo”, ressalta.

Como votaram os goianos

Foram 301 votos a favor da matéria, 150 contra e duas abstenções. Os deputados goianos que votaram a favor são:

  • Adriano do Baldy (PP);
  • Célio Silveira (PSDB);
  • Dr. Zacharias Calil (DEM);
  • Glaustin da Fokus (PSC);
  • José Mario Schrein (DEM);
  • Professor Alcides (PP);
  • Vitor Hugo (PSL);
  • Alcides Rodrigues (Patriota);
  • Delegado Waldir (PSL);
  • Francisco Jr. (PSD);
  • João Campos (Republicanos);
  • José Nelto (Podemos);
  • Magda Mofatto (PL);

Apenas os deputados Rubens Otoni (PT) e Elias Vaz (PSB) votaram contra. As abstenções foram dos deputados Lucas Vergílio (Solidariedade) e Flávia Morais (PDT).

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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