Saiba como reconhecer se uma criança está sendo vítima de abuso sexual

Nesta sexta-feira, 29, o Diário do Estado trouxe a Juíza Hertha Helena Rollemberg, que é vice-presidente do Instituto Paulista de Magistrado, para falar sobre a incidência dos crimes de abuso sexual no Brasil, principalmente entre as crianças e adolescentes. Segundo os dados do anuário de Segurança Pública do primeiro semestre de 2020, acontecem em média 4 estupros de vulneráveis por hora no Brasil. “Dos números totais de abuso sexual, a maioria absoluta são contra crianças. De 140 estupros por dia divulgados no anuário, 58% seriam e menores de 14 anos”, conta a magistrada.

Segundo ela, as meninas são as que mais sofrem abusos. “As meninas… disparado. Dentre as vítimas do abuso sexual, 74% são meninas, e 25% são meninos. De 11 anos pra frente esse dado piora: 92% das vítimas são as meninas, e quase 8% os meninos. Isso não quer dizer que os meninos não sejam vítimas na adolescência, pelo contrário. Eu acho que o número é muito maior que isso”, opina Hertha Helena, que trabalha de perto com crianças que sofrem abusos.

A especialista afirma que há mais casos que ficam escondidos e não são descobertos pelas autoridades. “Isso é o que chega até algum lugar, até um posto de saúde, um hospital… mas a grande maioria dos casos de abuso sexual não chegam a lugar nenhum. A criança guarda com ela mesmo, a não ser que tenha uma consequência física, como a gravidez”, lembra. E quem são os agressores? “Disparado, sem concorrência, é o sexo masculino. Quando se trata de criança, 81,6% dos agressores são homens e apenas 4% são mulheres”, informa Dra. Rollemberg.

Ela também observa que em 80% os casos, o agressor tem algum tipo de vínculo com a vítima. “O grande contingente das agressões sexuais ocorrem dentro de casa, em torno de 60 a 70% das vezes. O avô, o padrasto, tios…”. Se o perigo pode estar tão próximo, como perceber que uma criança está sendo vítima de abusos sexuais? “A criança não consegue muitas vezes dizer o que está acontecendo. É difícil saber quem é o agressor, então é mais fácil perceber pela reação das crianças. Pais, professores, parentes e amigos devem ter em mente quais são os sinais de alarme“, conta.

“A criança percebe que algo não tá certo pela insegurança passada pelo agressor, que também sabe que está agindo errado. Ele passa essa percepção para ela e ela começa a dar sinais: uma mudança de comportamento abrupta. Crianças tranquilas ficam nervosas, ou o contrário. Ou se isolam e não querem falar com ninguém, não querer mais brincar“, conta. Outros sintomas, segundo a juíza, são bem claros: “a criança começa a fazer coisas como ir beijar alguém e começar a lamber, começa a se masturbar em qualquer situação, fazer comentários sexuais que não condizem com a idade… enfim, com uma sexualidade que destoa da ingenuidade de uma criança”, alerta.

Os menores também podem apresentar dificuldade de reter fezes, urina, infecção urinária com muita frequência e machucados na genitália. “Mais pra frente, se uma atitude não for tomada, essa criança pode começar a se auto mutilar, ferir o próprio corpo… até chegar em uma tentativa de suicídio”, finaliza a juíza.

Saiba muito mais sobre este assunto na entrevista acima e fique ligado para proteger as crianças que você conhece!

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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