Saiba como utilizar o PIX em segurança e evitar golpes

Amplamente utilizado pelos brasileiros pela praticidade e rapidez, o PIX, hoje, é, praticamente, indispensável para muitas pessoas físicas e jurídicas. Entretanto, também é sinônimo de perigo. Responsável por movimentar mais de R$ 800 bilhões na economia brasileira somente no mês de abril de 2022, o PIX é uma ferramenta “muito visada” pelos criminosos devido às transações em tempo real, 24h por dia, inclusive nos finais de semana e feriados.

Por conta disso, sequestros relâmpago, golpes e até furtos de celulares se tornaram mais comuns. Isso porque, segundo o especialista em segurança privada, Ullisses Capistano, a movimentação econômica têm chamado a atenção dos criminosos. Ele ainda afirma: onde está o dinheiro também estarão os criminosos.

“As fraudes verificadas exploram o elo mais frágil do processo, que é o ser humano, presente em todas as transações PIX, pois é ele quem insere as informações, as verifica e as confirma através da senha de sua instituição financeira. Desta forma, apesar de termos evoluções constantes nos sistemas por trás do PIX, a melhor forma de aprimorar a segurança do PIX é através da educação do usuário final”, diz.

Segurança

O especialista explica que a segurança da ferramenta se sustenta em três pilares: tecnologia utilizada, processos nas instituições financeiras e educação dos usuários. Elas requerem aprimoramento constante, mas a que mais trás preocupação, conforme Ullisses, é a educação do usuário final. Para ele, a proibição do uso do PIX como forma de evitar o aumentos dos crimes envolvendo a ferramenta não está em pauta no Banco Central ou nas instituições financeiras.

“As modalidades mais utilizadas pelos criminosos estão baseadas em Engenharia Social e QR Codes Fraudulentos. Através da primeira metodologia os criminosos buscam fazer a vítima ceder dados de suas contas em redes sociais para assumir o comando do perfil. A partir daí, eles passam a pedir dinheiro aos contatos do usuário e solicitar que o montante seja transferido por PIX. Já com a metodologia dos QR Codes Fraudulentos os criminosos buscam enganar o usuário final a realizar pagamento em contas distintas daquelas às quais eles realmente buscariam pagar.

Contas laranjas

O golpe mais comum envolvendo o PIX são realizados pelo próprio aparelho celular. Aquela mensagem de algum parente pedindo dinheiro (novo número) ou até mesmo pessoas desconhecidas com propostas tentadoras de emprego devem ser bem analisadas.

Alias, do outro lado da tela pode ser um estelionatário ou até mesmo um detendo tentando aplicar golpes. Ullisses diz que esse tipo de aliciamento, embora seja comum, ainda faz muitas vítimas, principalmente entre a população de terceira idade.

“Esses criminosos usam contas laranjas para transferir o dinheiro do golpe. Os laranjas, em geral, são pessoas muito humildes às quais são oferecidas parte dos recursos transacionados em suas contas. Os laranjas são os primeiros a serem identificados pelas autoridades policiais. Posteriormente, não é raro encontrarem os mandantes do crime e apreenderem quadrilhas”, disse.

Golpe

Os pedidos e propostas realizados pelos criminosos são convincentes e tentadoras. Eles prometem, por exemplo, ganhos de R$ 500 a R$ 1,5 mil em apenas 20 minutos é ainda garantem que a pessoa não precisa de mais nada além de um celular e internet. Porém, exigem: idade mínima de 20 anos. O especialista diz que os 20 minutos que eles alegam trazer lucro é o tempo de algumas transações bancárias assistidas pelos criminosos.

Criminoso oferecendo trabalho com ganhos chamativos. (Foto: Reprodução/Arquivo pessoal)

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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