Quatro clubes concentraram 49% de receitas da Série A em 2022

No ano de 2022, 49% do total de receitas da Série A ficaram nas mãos de quatro clubes. Segundo o Relatório Convocados 2023, produzido pelo economista Cesar Grafietti, o Flamengo, Palmeiras, São Paulo e Corinthians, juntos, o grupo somou R$ 3,3 bilhões – quase o mesmo valor que o total captado pelos outros 16 clubes da série.

Quando ampliados o número dos times, o relatório mostra que 84% das receitas foram para 11 clubes, ou seja, para praticamente metade do total de participantes da Série A. Se analisarmos o Flamengo isoladamente, o rubro-negro acumula 16,9% das receitas da elite dos times de futebol brasileiro no ano passado. Em seguida vem o Palmeiras (11,4%), o Corinthians (10,7%) e o São Paulo (9,6%).

O relatório ainda compara as receitas com a classificação final do Brasileirão, mostrando como a capacidade de captação de recursos é proporcional à performance. Dentre os clubes da Série A que mais faturaram no ano passado, o Palmeiras foi campeão e o Corinthians ocupou o segundo lugar no campeonato. Em termos de Brasileirão, o Flamengo ficou em quinto, mas venceu a Copa Brasil e a Libertadores. Já o São Paulo foi um caso isolado, uma vez que ficou em nono lugar.

Entre os dez clubes da Série A que mais faturaram, o RedBull Bragantino (14 na classificação do Brasileirão) e o Santos (12 na classificação) não ficaram na metade de cima da tabela. Também é possível visualizar essa relação entre os últimos da tabela, que dos com menor faturamento, três terminaram no Z4: o Atlético-GO, Avaí e Juventude.

Confira a receita dos clubes da série A em 2022

Dentre os clubes da Série A que constaram no relatório, em milhões de reais, o Flamengo recebeu sozinho R$ 1,1 milhão, enquanto o Juventude, último da classificação recebeu R$ 76 milhões. Confira a tabela completa.

Flamengo – R$ 1.170 milhão

Palmeiras – R$ 791

Corinthians – R$ 737

São Paulo – R$ 661

Atlético-MG – R$ 422

Internacional – R$ 415

RB Bragantino – R$ 353

Fluminense – R$ 339

Santos – R$ 329

Athletico – R$ 326

Fortaleza – R$ 259

Coritiba – R$164

Ceará – R$ 150

América-MG – R$149

Botafogo – R$ 142

Cuiabá – R$ 133

Goiás – R$ 107

Atlético-GO – R$ 100

Avaí – R$ 92

Juventude – R$ 76

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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