Última atualização 04/07/2023 | 07:58
Após a revelação do escândalo envolvendo a fraude bilionária da Americanas, surgiram informações de que os antigos diretores da varejista haviam vendido um montante de ações no valor de R$ 244 milhões durante o segundo semestre de 2022, antes do colapso das ações da empresa.
De início, não se sabia ao certo, o quanto cada um dos executivos havia vendido das ações, mas com o avanço das investigações, os valores vieram à tona. Miguel Gutierrez, o ex-CEO, amealhou R$ 156 milhões nesta operação. Os dois fiéis escudeiros, Anna Saicali e Thimoteo Barros, venderam R$ 59 milhões e R$ 20 milhões, respectivamente. E Marcio Cruz, desfez-se de ações num montante que chegou a R$ 5,6 milhões.
Relembre o caso da Americanas
Foi anunciado no início deste ano que a loja do segmento de varejo, Americanas, que possui o capital aberto na lista na bolsa de valores, está com uma dívida bilionária que coloca em jogo o futuro da companhia.
A dívida de mais de R$ 20 bilhões inicialmente já chegou até a casa dos R$ 40 bilhões e pode exigir que a empresa entre com um pedido de Recuperação Judicial, o que preocupa diversos acionistas minoritários e investidores do mercado financeiro em geral.
Tudo isso aconteceu durante o anúncio do então novo CEO Sérgio Rial, presidente do Conselho de Administração do Santander Brasil, que havia chegado ao cargo há menos de um mês, a partir de uma falha no procedimento financeiro.
O que influenciou a Americanas chegar nesta situação foi porque a companhia tinha como prática solicitar empréstimos bancários para comprar e pagar antecipadamente aos fornecedores. Procedimento bastante comum no varejo.
Até então, esses empréstimos eram registrados como “fornecedor” dentro do capital de terceiros do balanço patrimonial. E essa decisão acabou por omitir a cobrança de juros, que é habitual em uma transação com uma instituição financeira.
Com esse processo acontecendo ano após ano, numa empresa de porte gigantesco como as renomadas Lojas Americanas, cujas transações com fornecedores não eram de cifras modestas. Foi assim que Sérgio Rial se deparou com uma inconsistência de mais de R$ 20 bilhões ao analisar os números da companhia.