O líder proeminente da oposição russa ao longo da última década, Alexei Navalny, faleceu na sexta-feira, 16, enquanto estava detido em uma prisão localizada no Círculo Polar Ártico, conforme anunciado pelo serviço penitenciário da região.
Navalny, reconhecido como um dos mais ferrenhos críticos do presidente Vladimir Putin, tinha 47 anos e estava cumprindo uma sentença de 19 anos, amplamente considerada internacionalmente como politicamente motivada.
No final do ano anterior, ele havia sido transferido para uma penitenciária na região do Ártico, conhecida por sua severidade.
De acordo com informações divulgadas pelo serviço penitenciário do distrito de Yamalo-Nenets, Navalny passou mal após uma caminhada, perdendo a consciência quase instantaneamente. Uma equipe médica de emergência foi chamada e tentou ressuscitá-lo sem sucesso.
O comunicado oficial declarou a morte, acrescentando que a causa está sendo investigada. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, informou que Putin foi notificado sobre o ocorrido.
Relatos indicam que uma ambulância chegou à prisão em sete minutos, com paramédicos tentando por cerca de meia hora reanimar Navalny.
Alexei Navalny ganhou projeção internacional por denunciar a corrupção no governo, especialmente ao rotular o partido de Putin, Rússia Unida, como “o partido dos vigaristas e ladrões”.
Ao longo da vida dele, o líder enfrentou repetidas prisões e acumulou milhões de seguidores nas redes sociais.
Em 2011, foi detido durante 15 dias após protestos contra alegada fraude eleitoral do partido Rússia Unida. Navalny também enfrentou breves períodos de prisão em 2013 e 2019, sob acusações que ele afirmava serem politicamente motivadas.
Ele tentou candidatar-se à presidência russa em 2018, mas foi impedido de concorrer devido a condenações anteriores por fraude, as quais ele também alegou serem politicamente motivadas.
Houve suspeitas de envenenamento em incidentes anteriores, como em 2017, quando sofreu uma grave queimadura química no olho direito após um ataque com um corante antisséptico.
Em 2019, a Fundação Anticorrupção foi rotulada oficialmente como “agente estrangeiro”, sujeita a maiores controles estatais.