O coordenador pedagógico do colégio onde uma adolescente teve 60% do corpo queimado, em Anápolis, deve ser indiciado por abandono de incapaz. Annelise Lopes Andrade, de 17 anos, estava na instituição com os colegas realizando um experimento com álcool para uma aula de química. A mistura explodiu atingindo apenas a estudante. O adolescente que teve a ideia do experimento também pode ser responsabilizado.
O inquérito policial foi finalizado nesta quinta-feira (12), e encaminhado ao Poder Judiciário e Ministério Público. De acordo com a delegada Kênia Dutra Segantini, mesmo fora do horário de aula, o coordenador da instituição era responsável pelos estudantes. No entanto, no momento do acidente, ele não estava presente na sala.
Já o adolescente, colega de classe de Annelise, terá sua conduta investigada pela Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (DEPAI). Segundo a delegada, ele “despejou o etanol sobre o vasilhame, em quantidade excessiva, desencadeando as chamas.” Se for constatada uma conduta irregular, o menor deve responder por ato infracional análogo ao crime de incêndio culposo com aumento de pena por resultar em lesão corporal.
Relembre o caso:
De acordo com a direção escolar, a turma estava com as atividades remotas esta semana, mas pediu autorização para irem ao colégio realizar um experimento de química. A coordenação da escola atendeu ao pedido e disponibilizou uma sala para os estudantes. Ambos são do 2º ano.
A intenção era gravar um vídeo da atividade e Annelise era quem estava com o celular filmando. A coordenação alega que não foi informada que os alunos usariam álcool no experimento. Nenhum professor ou monitor estava presente durante a atividade.
Ainda segundo a coordenação, os alunos colocaram fogo no álcool, mas acharam que não tinha pego e por isso, foram colocar mais, quando ocorreu a explosão. Ao ouvir os gritos, funcionários da escola correram até o sala, onde avistaram Annelise em chamas. Imediatamente, eles levaram a adolescente para debaixo de um chuveiro até a chegada do corpo de bombeiros. Annelise foi atendida no Hospital Estadual de Urgências de Anápolis, mas precisou levada de helicóptero ate o Hugol.
Lá, ela passou 24 dias na UTI e realizou duas cirurgias para enxerto. Porém, um dos procedimentos não saiu como o esperado e precisou ser refeito.