Salles diz, em entrevista, que Moro é ”comunista” e ”a favor das drogas”

Salles diz em entrevista

O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse nesta quarta-feira (24) que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro é comunista, favorável a drogas e ”traíra”. Salles afirmou que tirou essas conclusões com a convivência que teve com o colega durante seu mandado no governo Bolsonaro por cerca de um ano e meio, até Moro pedir demissão em abril de 2020.

“O cara (Sergio Moro) aceitou ser político, aceitou ser ministro do Bolsonaro, sabendo que não tinha nada a ver com o governo. Que ele é de esquerda, é contra as armas, a favor de drogas, tem uma visão… O Moro é comunista, lógico que é comunista”, disse Salles para a Jovem Pan.

Ao ser questionado da afirmação, emendou: “Vai dizer que o Moro não é de esquerda? O Moro é centro-esquerda, é um tucano”.

Salles é pré-candidato ao Podemos ao Planalto a uma ”política da dissimulação, da traição”. Em outro trecho da entrevista, o ex-ministro do Meio Ambiente afirmou: “Só foi para o governo que ele já sabia que não era o que ele pensava só para virar ministro do Supremo. Só que como diz o Chapolin, ‘não contavam com a minha astúcia’, e o Bolsonaro não botou ele no Supremo”.

“Esse é o Moro que eu conheci, que foi meu colega no ministério. Conheci o Moro um ano e meio sendo ministro com ele”, justificou. Salles comandou o Ministério do Meio Ambiente até junho, depois de ser alvo da Polícia Federal.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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