Saneago: Nova operação apura desvio de R$ 57 mi durante governo Marconi

Alvo de uma grande operação do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e Polícia Federal em 2016, que mirou contratos de prestação de serviços firmados com a Saneago, a empresa Sanefer Construções e Empreendimentos Ltda. está novamente na mira de outra investigação, dessa vez da Polícia Civil de Goiás, que apura a existência de fraudes em pelo menos sete contratos da empresa com a estatal de água e esgoto de Goiás, a Saneago.

As investigações, de acordo com a Polícia Civil, começaram no final do ano passado, a partir de denúncias da própria Saneago. Pelo menos 13 servidores da companhia estariam envolvidos no esquema de corrupção que teria gerado um prejuízo de quase R$ 57 milhões aos cofres públicos. Os desvios teriam ocorrido entre os anos de 2010 e 2017, a maior parte durante os dois últimos mandatos do ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

Nos bastidores, as ações deflagradas hoje pela Polícia Civil teriam novamente abalado muitos políticos que estiveram no centro da operação do MPF em 2016. Naquela oportunidade, figuras proeminentes do PSDB de Goiás chegaram a ser presos na Operação Decantação, acusados de participarem do esquema que, na época, teria desviado pelo menos R$ 6 milhões da companhia.

Em setembro de 2016, o procurador da República em Goiás Mário Lúcio Avelar denunciou 38 pessoas por envolvimento no escândalo. Na peça enviada à Justiça, o procurador faz referência a uma doação de R$ 1 milhão recebida pelo diretório estadual do PSDB em 2014 por uma das empresas que tinha contrato com a Saneago. A ação, no entanto, não prosperou, já que o juiz rejeitou a inicial apresentada pelo MPF.

As investigações a cargo da Polícia Civil abrangem o período de 2010 a 2017, e a operação de hoje mira as irregularidades em sete obras nos municípios de Aragarças, Rio Verde, Pires do Rio, Nerópolis, Campos Belos e Iaciara. Segundo a PC, os pagamentos por parte da Saneago eram feitos adiantados e até em duplicidade devido à atuação de servidores no esquema, que atestavam falsamente a conformidade e conclusão das obras. Dos 13 suspeitos, quatro são servidores de carreira e ainda trabalham na Saneago.

A Saneago informou que não mantém mais contrato com a empresa investigada, e que, desde 2019, todos os contratos celebrados com a Sanefer, entre outros, foram objeto de auditoria interna. “Os resultados, inclusive, foram encaminhados à Delegacia Geral da Polícia Civil do Estado de Goiás, para apuração. Além disso, a Saneago já ingressou com ações judiciais para ressarcimento de danos causados pela empresa. A Companhia aguarda os resultados das investigações. E, como sempre tem feito nesta gestão, seguirá colaborando para esclarecimentos”, explicou a Saneago em nota.

 

Foto: Reprodução

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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