Santa Bárbara d’Oeste confirma duas mortes por dengue em 2025, com 18 óbitos na região DE Piracicaba (SP) – Saúde em alerta

santa-barbara-doeste-confirma-duas-mortes-por-dengue-em-20252C-com-18-obitos-na-regiao-de-piracicaba-sp-saude-em-alerta

Santa Bárbara d’Oeste (SP) confirmou duas novas mortes por dengue em 2025. Com 18 registros, é a cidade com maior número de óbitos na região de cobertura do DE Piracicaba (SP). São 5.099 casos confirmados. Com as novas confirmações, a cidade tem média de uma morte a cada 283 casos – oito vezes maior do que a metrópole, Piracicaba.

As novas mortes foram notificadas entre os dias 12 e 20 de maio. A prefeitura divulgou as seguintes informações sobre as vítimas: Mulher, entre 25 e 30 anos, óbito final de março; Mulher, entre 30 e 35 anos, óbito início de maio.

Para entender o cenário na cidade, o DE entrevistou o Diretor de Políticas Públicas em Saúde, Thiago Salomão de Azevedo. Em Piracicaba, a maior das 18 cidades de cobertura do DE – em área e população -, até o momento, foram duas mortes confirmadas por dengue em 2025. Limeira, a segunda maior, ainda não teve morte confirmada. Santa Bárbara, a terceira em população, no entanto, tem 75% das mortes na região, com 18 óbitos.

Questionado sobre o cenário, o diretor respondeu que não é correto comparar Santa Bárbara com essas cidades próximas. “Elas [as comparações] não têm vínculo epidemiológico. SP é dividido em regionais de saúde e Santa Bárbara, mesmo estando mais perto de Piracicaba, faz parte da de Campinas. Então todo esse contexto tem que ser comparado e relacionado dentro das suas regionais.”

Na regional de Campinas, a maior cidade, que é Campinas, são três mortes por dengue até o momento. A taxa atual na cidade é de um óbito a cada 10.955 casos.

Em 2024, durante todo o ano, foram 12 óbitos confirmados por dengue em Santa Bárbara. Em 2025, no período de cinco meses, o número anterior já foi ultrapassado. Para Thiago, duas coisas devem ser consideradas quanto a um possível motivo para o cenário: a circulação do sorotipo 3 (DENV-3) da dengue e a saída recente da pandemia da covid-19. Ele também fala sobre como a taxa de mortalidade, antes estipulada como um óbito a cada mil casos, também se transformou.

O diretor frisa que o acometimento por covid-19 durante a pandemia mundial pode ter fragilizado diversas pessoas, deixando sequelas e problemas de saúde diversos. “Então imagina, as pessoas que tiveram covid-19 estão mais ‘fragilizadas’ e vem um sorotipo diferente. Aí o organismo está sendo posto à prova. Será que ele vai aguentar? Aí precisa de mais estudos, mas isso é uma hipótese muito plausível.”

O diretor de saúde aposta na possibilidade da circulação do sorotipo 3 como um dos fatores cruciais para o cenário atual na cidade. Ele explica que o vírus passou a circular antes das demais cidades na região próxima à Santa Bárbara. “Na região de Campinas, ele [sorotipo 3] começou a querer aparecer no final do ano [2024]. Na região da diretoria de saúde de Piracicaba, ele já estava circulando desde antes do meio do ano [2024]. Então, um sorotipo diferente que há muito tempo não circulava, com pessoas suscetíveis, ele teve seu impacto primeiro nessa região. Essas diferenças ocorrem em virtude dessa circulação viral em regiões diferentes.”

Segundo o diretor, a cidade segue as diretrizes de atendimento do Ministério da Saúde para os casos de dengue. A classificação dos protocolos é feita a partir de três fatores: risco clínico, estratificação da gravidade e condutas específicas para cada grupo. Com o aumento de casos e também de mortes, a saúde de Santa Bárbara recebeu alguns reforços para o atendimento da população, conta Thiago. “Houve ampliação da capacidade de assistência aos pacientes com suspeita da doença, nas Unidades Básicas de Saúde e a criação de anexos e salas de hidratação nos Prontos Socorros.”

A prefeitura da cidade orienta a população a participar ativamente das medidas de combate, como receber os agentes de controle de endemias, que orientam sobre medidas para evitar a proliferação do Aedes aegypti. Sintomas como febre alta, dor de cabeça, dor no fundo dos olhos, manchas vermelhas na pele e dores no corpo são indicativos de que é preciso procurar por atendimento médico. A automedicação em casos de suspeita de dengue deve sempre ser evitada. Casos que os sintomas listados abaixo apareçam, devem procurar uma unidade de saúde com urgência, pois indicam agravamento do quadro da doença.

Indaiatuba e Santa Bárbara d’Oeste distribuem ‘armadilhas’ contra focos de dengue. Veja mais notícias da região DE Piracicaba.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp