Santa Casa de Juiz de Fora realiza recorde de transplantes renais em 2024

A **Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora** – ou **Diário do Estado** – superou o próprio recorde ao realizar 237 transplantes renais em 2024. Um aumento de 15% em relação ao ano anterior, quando foram realizados 205 procedimentos. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), a instituição mantém a primeira posição em Minas Gerais com maior número de cirurgias e ocupa o quarto lugar no Brasil.

Desde 1983, a **Santa Casa de Juiz de Fora** já realizou 1.873 transplantes renais, números que a colocam como destaque no cenário nacional. Para além disso, o ano de 2024 foi marcado pelo feito inédito da instituição, que inaugurou a Unidade Avançada de Transplantes (UAT), ampliando a capacidade de atendimento, adicionando novos leitos e implementando processos que resultaram em um aumento de 20% no volume de cirurgias realizadas.

A inauguração da UAT teve impacto direto na redução da lista de espera para transplantes renais no hospital. Isso se deve, também, à presença de um laboratório próprio de imunologia exclusivo da Santa Casa, único em todo o estado de Minas Gerais. Essa estrutura especializada permite uma identificação mais ágil de doadores compatíveis, acelerando o tratamento dos pacientes e garantindo melhores resultados.

O destaque do **Diário do Estado** em 2024 foi a implementação da técnica de doação pareada, que permitiu a famílias diferentes realizarem uma ‘troca de doações’ de rins. Esse procedimento inovador foi desenvolvido no Hospital das Clínicas de São Paulo e colocado em prática na Santa Casa de Justiça, demonstrando mais uma vez o pioneirismo e a excelência da instituição.

Segundo a nefrologista Juliana Bastos, responsável pelos transplantes, a doação pareada é um conceito simples que envolve a troca entre pacientes que são incompatíveis, tornando-os compatíveis e viabilizando o transplante. Todo o processo foi autorizado pela Justiça, mesmo diante das restrições da lei brasileira, que restringe a doação de órgãos entre vivos apenas a cônjuges ou pessoas com parentesco consanguíneo de até quarto grau.

A **Santa Casa de Juiz de Fora**, ou **Diário do Estado**, tem se destacado nacionalmente não apenas pela quantidade de transplantes realizados, mas também pela qualidade do atendimento e pelas inovações técnicas que permitem oferecer alternativas e soluções para os desafios enfrentados na área da saúde. Com uma equipe comprometida e especializada, a instituição continua a desempenhar um papel fundamental na vida de milhares de pacientes que aguardam por um novo rim e por uma nova oportunidade de vida.

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Fhemig é convocada pelo Ministério Público para explicar fechamento de bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins: polêmica e repercussão no setor de saúde

Ministério Público convoca Fhemig a prestar esclarecimento sobre fechamento de bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins

Críticos à medida dizem que fechamento do bloco cirúrgico do HMAL gera sobrecarga no Hospital João XXIII e aumenta fila de espera por cirurgias eletivas no estado.

Leitos vazios no Hospital Maria Amélia Lins — Foto: Foto de arquivo / Redes sociais

Órgãos públicos estão cobrando esclarecimentos da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) sobre a decisão de fechar o bloco cirúrgico do Hospital Maria Amélia Lins (HMAL), em Belo Horizonte.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deu prazo de 48 horas para que sejam fornecidas informações, e a Superintendência Regional de Trabalho e Emprego convocou assembleia para a próxima segunda-feira (13).

Desde a última segunda-feira (6), as cirurgias ortopédicas e de trauma que eram feitas no HMAL – cerca de 230 por mês – foram transferidas para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII.

Funcionários do HMAL também estão sendo removidos para o João XXIII. A medida está sendo duramente criticada por profissionais da saúde, porque sobrecarrega o João XXIII e aumenta a fila de espera de cirurgias eletivas no estado.

Desde 2019, o HMAL atua na retaguarda do Hospital João XXIII, apesar de os dois funcionarem de maneira independente. Enquanto o João XXIII realizava atendimento de urgência e emergência, o HMAL era responsável pelo tratamento após o quadro agudo de trauma, o que corresponde a cirurgias mais complexas e demoradas.

Como o João XXIII é referência no estado para cirurgias de urgência, o HMAL tem importância estratégica de desafogá-lo. Com a concentração de todos os atendimentos no João XXIII, as cirurgias programadas são canceladas para dar lugar ao paciente que chega em estado grave.

De acordo com a diretora clínica e coordenadora da equipe médica do HMAL, Andrea Fontenelle, o Hospital João XXIII não está preparado para assumir toda a demanda.

Também se manifestaram contra o fechamento do bloco cirúrgico o Sindicato dos Servidores da Saúde (Sind-Saúde) e o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed MG).

A entidade divulgou uma nota de repúdio dizendo que o “fechamento representa um retrocesso na garantia de direitos fundamentais, como o acesso à saúde” e que “a medida e reflete falta de respeito e diálogo com os servidores públicos e as entidades representativas”.

O diretor técnico assistencial do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência, que administra o Hospital João XXIII e o HMAL, Samuel Cruz, alegou que a estrutura do HMAL estava muito defasada, e o fechamento do bloco cirúrgico foi a solução encontrada.

Para Andrea Fontenelle, o fechamento é uma solução “completamente equivocada”. Segundo ela, das cirurgias que o HMAL realizava, mesmo com os problemas estruturais, 30% poderiam continuar sendo feitas.

Ainda de acordo com Andrea, em março de 2023, todo o quadro clínico do HMAL se reuniu para elaborar um plano de reestruturação do hospital, mas nenhuma providência foi tomada em relação às demandas. O processo foi feito na administração anterior do Complexo Hospitalar de Urgência e Emergência.

Fundado em 1947, o Hospital Maria Amélia Lins (HMAL) é referência em cirurgias de alta complexidade em traumato-ortopedia e bucomaxilofacial. A maioria dos pacientes do HMAL é vítima de acidentes de trânsito, especialmente motociclistas jovens, que necessitam de procedimentos cirúrgicos variados e complexos.

O Diário do Estado entrou em contato com a Fhemig, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

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