Santa Catarina amplia acesso a medicamentos à base de cannabis pelo SUS

SC tem nova lei que aumenta acesso a medicamentos à base de cannabis pelo SUS; entenda

Uma nova lei está prestes a entrar em vigor em Santa Catarina, no dia 19 de março deste ano, e promete ampliar o acesso a medicamentos à base de cannabis através do Sistema Único de Saúde (SUS). Com a sanção do governador Jorginho Mello (PL) em dezembro de 2024, o estado catarinense se prepara para atender a um maior número de pessoas com problemas de saúde que podem se beneficiar desses medicamentos.

Antes da aprovação da Lei 19.136/2024, apenas três condições de epilepsias tinham direito ao tratamento com cannabis pelo SUS em Santa Catarina: síndrome de Dravet, síndrome de Lennox-Gastaut e o Complexo Esclerose Tuberosa. Com a nova legislação, mais pacientes terão acesso a esses medicamentos, seguindo uma tendência que já é adotada por outros 20 estados brasileiros.

A iniciativa partiu da deputada Paulinha (Podemos) e foi aprovada na Assembleia Legislativa em novembro de 2024. Além de ampliar o acesso aos medicamentos, a lei estabelece uma política de acesso que visa diagnosticar e tratar pacientes que podem se beneficiar do uso da cannabis medicinal, levando em consideração a eficácia e a produção científica relacionadas a esse tipo de tratamento.

O funcionamento dessa nova política envolve a aquisição dos medicamentos por meio de entidades autorizadas para importar sementes, cultivar, produzir e distribuir os produtos no estado. Uma comissão deverá ser formada até 19 de janeiro para colocar em prática as diretrizes estabelecidas pela lei, sendo dever do médico assistente prescrever o tratamento com base na cannabis, após uma avaliação conjunta com o paciente, informando sobre possíveis efeitos adversos e obtendo o consentimento do paciente ou de seus familiares.

A concentração máxima de Tetrahidrocanabinol (THC) permitida pela Anvisa será levada em consideração no fornecimento dos medicamentos, garantindo a segurança e a qualidade do tratamento. Essa medida visa assegurar que os pacientes tenham acesso a produtos seguros e eficazes, dentro das normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Com a implementação dessa nova lei, Santa Catarina busca promover um maior debate e informação sobre o uso da cannabis medicinal, através de parcerias público-privadas com entidades sem fins lucrativos. A expectativa é de que mais pessoas tenham acesso a tratamentos que podem trazer alívio e qualidade de vida em casos de saúde específicos.

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Mulheres e homem resgatados em cooperativa de lixo degradante: MPT interdita local e cobra reparos

Três mulheres e um homem foram resgatados em situação degradante em uma cooperativa na cidade de Bom Jesus, no Rio Grande do Sul. Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), as vítimas trabalhavam na triagem de lixo em um galpão que foi interditado pelas autoridades. Eles foram encontrados em condições análogas à escravidão, revirando montes de lixo e separando materiais recicláveis de orgânicos e rejeitos.

O prefeito atual de Bom Jesus, Lico, atribuiu a responsabilidade pela situação à administração anterior. Já a prefeita anterior, Lucila Maggi, afirmou que houve um processo licitatório para a coleta de lixo e que a cooperativa em questão foi a vencedora. Diante da gravidade da situação, o MPT notificou a cooperativa para efetuar o pagamento das verbas rescisórias dos trabalhadores resgatados, que também serão encaminhados para receber o benefício do seguro-desemprego.

Além das condições precárias de trabalho, a investigação apontou outras irregularidades, como a falta de vacinação dos recicladores contra doenças como tétano e hepatite B, além da ausência de procedimentos para acidentes com objetos cortantes. Os trabalhadores relataram frequentes cortes e perfurações devido a cacos de vidro, lâminas, metais enferrujados e seringas descartáveis presentes no lixo, sem receber o devido cuidado médico.

Os resgatados, entre 24 e 51 anos, enfrentavam também a falta de água para higiene pessoal, ausência de instalações sanitárias e vestiário para troca de roupas. O ambiente de trabalho era precário, com telhas metálicas faltando na cobertura e nas paredes laterais do galpão, representando um risco de queda. Diante disso, o MPT interditou o local e cobrou medidas de reparo e adequação por parte da cooperativa responsável.

As denúncias de condições subumanas em que os trabalhadores eram submetidos chamam a atenção para a importância de fiscalização e proteção dos direitos trabalhistas. É fundamental que empresas e instituições atuem de forma ética e legal, garantindo um ambiente de trabalho seguro e digno para todos os seus colaboradores. O caso em Bom Jesus evidencia a necessidade de fiscalização constante para evitar violações como as ocorridas na cooperativa de reciclagem na cidade.

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