Santa Catarina: Da Fazenda Solar à 1ª Usina do Brasil – Como o Sol Impulsiona a Inovação no Estado

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De fazendas solares a 1ª usina do Brasil: Como o sol alimenta a inovação em SC

Com o primeiro laboratório de sistema solar do Brasil e usinas espalhadas, Santa Catarina fortalece economia mais sustentável e de baixo risco. Responsável pela distribuição de eletricidade, Celesc diz que iniciativa evita emissão de cerca de 1 milhão de toneladas de CO₂ por ano.

Sob o céu de Capivari de Baixo, no Sul de Santa Catarina, um tapete de painéis solares com 45 mil m² transforma luz em energia limpa na maior fazenda fotovoltaica das Centrais Elétricas do Estado, a Celesc. Em Florianópolis, a Universidade Federal (UFSC) mantém ativo o primeiro laboratório de sistema solar do Brasil – e que completa 28 anos nesta terça-feira (16). Espalhadas em telhados e terrenos do estado, placas fotoconversoras mostram como o sol ajuda a alimentar a inovação no estado.

Décimo maior produtor de energia solar do país, segundo a Associação Absolar, o estado de Santa Catarina abriga sete fazendas solares de diferentes tamanhos sob gestão da Celesc, além de mais de 148 mil unidades geradoras integradas à rede de distribuição. Entre elas, está o sistema da UFSC, o primeiro brasileiro ligado à rede pública, ainda em 1997, e que auxiliou na regulação brasileira sobre esse tipo de energia.

O pioneirismo catarinense tem fundamento, segundo o diretor de Geração, Transmissão e Novos Negócios da Celesc, Elói Hoffelder. A distribuidora estima que 1 milhão de toneladas de gases de efeito estufa (CO₂) deixam de ser produzidos ao ano com as estruturas. Cada quilowatt-hora (kWh) gerado pelos painéis evita a emissão de 0,3 a 0,5 kg de CO₂.

Além da importância ambiental, o coordenador do laboratório de Energia da UFSC e pioneiro na pesquisa sobre o tema no país, Ricardo Rüther, defende que o sistema é o mais barato disponível atualmente: “Ela sempre foi uma energia sustentável e limpa, mas o que mudou nos últimos anos foi o custo. Hoje, além de tudo, ela é a mais barata no Brasil e no mundo”, diz.

Outro fator lembrado pelo diretor da Celesc é a segurança. Segundo ele, as fazendas fotovoltaicas têm menores riscos em comparação a outras fontes. “Os principais perigos incluem choques elétricos, trabalho em altura, exposição a produtos químicos e queimaduras térmicas”.

O potencial de redução de gastos somado à ecologia motivou o estado a firmar, em agosto deste ano, uma parceria com a Celesc para usar a energia limpa das fazendas no abastecimento de luz de mais de 1 mil escolas públicas. A previsão é de que a iniciativa reduza 10% as despesas com energia da educação, representando economia de R$ 2,3 milhões em dois anos. As tratativas da implantação estão em andamento.

A instalação do laboratório na UFSC foi um marco para a energia solar em Santa Catarina e no Brasil, afirma Rüther. Após trazer o sistema fotovoltaico diretamente da Alemanha, e o colocar no telhado de um dos prédios da universidade na Capital, o pesquisador conseguiu o primeiro parecer de acesso do Brasil, por meio de uma autorização assinada pela Celesc, e ligou os equipamentos à rede catarinense.

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