São Paulo x Athletico: personagens contam bastidores da polêmica final da Libertadores de 2005
Após 20 anos da decisão recheada de controversas, Tricolor e Furacão se enfrentam pela Copa do Brasil. Há 20 anos, Conmebol tirava a final da Libertadores da Arena da Baixada.
Adversários nas oitavas de final da Copa do Brasil, São Paulo e Athletico se reencontram em um novo confronto mata-mata exatos 20 anos depois da polêmica final da Libertadores de 2005, vencida pelo Tricolor paulista.
O tema ainda é sensível aos rubro-negros. A batalha nos bastidores foi o ponto central daquela decisão.
O regulamento da Conmebol exigia capacidade mínima de 40 mil lugares para os estádios das finais. O Athletico tentava viabilizar a Arena da Baixada para o primeiro jogo com a instalação de arquibancadas móveis, mas a entidade sul-americana não aceitou e marcou a ida no Beira-Rio.
Presidente do Furacão à época, João Augusto Fleury da Rocha era um dos responsáveis por pavimentar um alinhamento com a Conmebol, comandada por Nicolás Leoz. Em entrevista ao ge, ele contou sobre os esforços do clube em contar com sua casa.
A pressão do São Paulo, apoiado no regulamento, era intensa para que a primeira final não fosse disputada na Arena da Baixada, como explicou Marco Aurélio Cunha, superintendente do São Paulo em 2005. O Santo André havia utilizado arquibancadas tubulares durante a primeira fase daquela edição, mas o critério não foi mantido para a final. O ex-dirigente são-paulino ainda chamou a obra no estádio atleticano de “puxadinho”.
Naquela altura, o São Paulo já era bicampeão da Libertadores e considerado um dos grandes clubes da América do Sul. Fatores que podem ter pesado favoravelmente ao lado são-paulino na articulação fora das quatro linhas.
A Conmebol chegou a sugerir que o Athletico consultasse o Coritiba para a utilização do Couto Pereira. No entanto, o clube se antecipou e vetou qualquer possibilidade em ceder o estádio ao rival, alegando obras.
Uma das estratégias usadas pela diretoria rubro-negra foi convidar Leoz para estar em Curitiba, em março. O Athletico buscou apoio do governador do estado, Roberto Requião, e do presidente em exercício da CBF, Nabi Abi Chedid. Fleury esteve em Assunção três vezes para reunir-se com dirigentes da Conmebol na tentativa de reverter a decisão. Nada mudou.
Na ida, em 6 de julho de 2005, Athletico e São Paulo empataram em 1 a 1 no Beira-Rio. Na grande decisão, disputada dez dias depois, o Tricolor paulista goleou por 4 a 0 e sagrou-se tricampeão da Libertadores. Neste novo capítulo, as equipes se enfrentam nesta quinta-feira, às 19h30, no Morumbi, pela ida das oitavas de final da Copa do Brasil. A volta será no dia 6 de agosto, próxima quarta-feira, às 19h30, na Arena da Baixada. Em caso de empate no placar agregado, haverá disputa de pênaltis.