Sargento da Marinha que matou vizinho é indiciado por homicídio culposo, em RJ

Sargento da Marinha que matou vizinho é indiciado por homicídio culposo, em RJ

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), no Rio de Janeiro, indiciou o sargento da Marinha Aurélio Alves Bezerra, preso em flagrante pela morte do seu vizinho Durval Teófilo Filho, por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

Segundo a polícia, o militar não teve a intenção de matar a vítima pois o confundiu com um bandido. Uma fiança de R$ 120 mil foi estipulada, mas até está quinta-feira (3) não havia sido paga e o sargento permanecia preso.

“Segundo declaração do autor, ele atirou na vítima em reação a uma suposta tentativa de assalto, enquanto a mesma caminhava e mexia em sua mochila. Ao constatar seu erro, o acusado prestou imediato socorro a Durval, levou para um hospital, mas ele não resistiu. De acordo com a DHNSG, o autor do crime foi indiciado por homicídio culposo e permanece preso”, diz a nota da Polícia Civil.

O crime

Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram Aurélio chegando de carro. Durval, a pé, surge também na direção do portão, a alguns metros do veículo do sargento. Ele mexe em uma bolsa, como se procurasse algo.

O primeiro disparo é feito pelo sargento de dentro do automóvel. Aurélio sai do carro e dá mais dois tiros; Um que atinge a barriga de Durval, que cai. O militar então, se aproxima.

À PM, Aurélio contou que avistou um homem se aproximando de seu veículo ”muito rápido”. Ainda segundo o depoimento, Durval chegou a dizer a Aurélio que era morador do mesmo condomínio.

O militar, então, socorreu a vítima e o levou até o Hospital Estadual Alberto Torres, onde foi preso. Durval não resistiu e morreu na unidade.

Aos PMs, o sargento também informou que ”a localidade é perigosa e costuma a ter muitos assaltos”.

Racismo

Luziane Teófilo, mulher de Durval, disse que ouviu os tiros. Ela afirma ainda que o marido morreu porque era preto.

“A minha filha, que tem 6 anos, estava esperando por ele. Imediatamente ela olhou pela janela e disse que era o pai dela”, narrou.

“Vendo as câmeras, ouvindo a fala do delegado e pelo que os vizinhos estão falando, tenho certeza de que isso aconteceu porque ele é preto. Mesmo eles falando que ele era morador do condomínio, o vizinho não quis saber. Para mim, foi racismo sim”, afirmou a viúva.

Durval Teófilo foi morto no momento em que chegava em casa -Foto: Reprodução/TV Globo

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Quatro estudantes da PUC-SP são desligados após se envolverem em atos racistas durante jogo

Quatro estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) foram desligados de seus estágios em escritórios de advocacia após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando atos de racismo e aporofobia cometidos durante uma partida de handebol nos Jogos Jurídicos Estaduais. O incidente ocorreu no último sábado, 17, em Americana, interior de São Paulo. Nos registros, os alunos ofenderam colegas da Universidade de São Paulo (USP), chamando-os de “cotistas” e “pobres”.

As demissões foram confirmadas por meio de notas oficiais enviadas às redações. O escritório Machado Meyer Advogados, por exemplo, anunciou a demissão de Marina Lessi de Moraes, afirmando que a decisão estava alinhada aos seus valores institucionais, com o compromisso de manter um ambiente inclusivo e respeitoso. O escritório Tortoro, Madureira e Ragazzi também confirmou a dispensa de Matheus Antiquera Leitzke, reiterando que não tolera práticas discriminatórias em suas instalações. O Castro Barros Advogados fez o mesmo, informando que Arthur Martins Henry foi desligado por atitudes incompatíveis com o ambiente da firma. O escritório Pinheiro Neto Advogados também comunicou que Tatiane Joseph Khoury não faz mais parte de sua equipe, destacando o repúdio ao racismo e qualquer forma de preconceito.

Repercussão do caso

O episódio gerou forte indignação nas redes sociais e foi amplamente criticado. O Centro Acadêmico XI de Agosto, que representa os alunos da Faculdade de Direito da USP, se manifestou, expressando “espanto, indignação e revolta” com as ofensas racistas e aporofóbicas proferidas pelos alunos da PUC-SP. A instituição ressaltou que o incidente representou uma violência contra toda a comunidade acadêmica.

Em resposta, a reitoria da PUC-SP determinou a apuração rigorosa dos fatos pela Faculdade de Direito. Em comunicado, a universidade afirmou que os responsáveis serão devidamente responsabilizados e conscientizados sobre as consequências de suas atitudes. A PUC-SP reiterou que manifestações discriminatórias são inaceitáveis e violam os princípios estabelecidos em seu Estatuto e Regimento.

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