Um torcedor revelou ter sido ameaçado por um sargento da PM a fim de silenciar sobre o roubo de celulares em Salvador. O incidente ocorreu em 1º de fevereiro, durante um clássico entre Bahia e Vitória, com militares posteriormente condenados pelo crime. O depoimento apontou que o sargento Joseval Silva Santos ameaçou matar todos aqueles que denunciassem a ação, incluindo colegas e o próprio torcedor, após pegar seus dados, incluindo endereços.
O episódio aconteceu na Praça Nossa Senhora de Lourdes, bairro do Barbalho. Em 10 de novembro, a Justiça condenou os policiais militares e desde então, eles estão detidos no Batalhão de Choque de Lauro de Freitas. As penas variam de cinco anos e oito meses a mais de 10 anos de prisão, resultando também na perda dos cargos e das graduações na corporação.
Durante a abordagem, os policiais roubaram celulares e, de acordo com as investigações, apenas um dos aparelhos foi recuperado. O sargento Joseval repassou o celular para outro agente em uma churrascaria, onde foi devolvido ao dono após um auto de apreensão. A Polícia Militar da Bahia informou que não se pronuncia sobre decisões judiciais referentes a processos conduzidos pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.
Imagens das câmeras corporais mostraram que durante a abordagem, os agentes cobriram lentes dos equipamentos e uma arma de fogo foi utilizada. Os policiais foram condenados por roubos majorados e lesões corporais, com destaque para a conduta inadequada que resultou em temor e submissão das vítimas. O juiz rejeitou argumentos de inconsistências nas provas apresentadas pela defesa.
Os policiais militares condenados fazem parte da 37ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Liberdade). A defesa dos réus anunciou a apresentação de recursos contra a sentença alegando irregularidades processuais. A inocência de Carlos Geraldo de Jesus Almeida Júnior foi reafirmada pela equipe jurídica, enquanto Pedro Fabiano Soares Batista manteve postura colaborativa ao longo do processo.
Para as vítimas, o sargento Joseval comandou a ação e coagiu as pessoas a entregarem seus pertences. Os advogados da defesa apontam vícios no processo e buscam apresentar documentos que comprovem as irregularidades. Enquanto isso, a Polícia Militar reitera seu compromisso com a ética e transparência, reforçando que denúncias envolvendo PMs são apuradas de forma independente e que desvios individuais não refletem a conduta da instituição.




