Saúde: importância do teste da linguinha para recém-nascidos

Maternidades da Prefeitura realizam o exame que, pela lei, deve ser feito logo após o nascimento. Assunto é tema de evento em Goiânia nesta sexta-feira, 22

Obrigatório em todo o país desde 2014, exame conhecido como teste da linguinha ajuda diagnosticar alterações no movimento da língua que podem comprometer desde a amamentação do bebê até o desenvolvimento da mastigação e fala da criança. As duas maternidades da Prefeitura de Goiânia, Dona Iris e Nascer Cidadão (MNC), realizam o procedimento gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Devido a importância do teste, o Conselho Regional de Fonoaudiologia (Crefono) e a Secretaria Municipal de Saúde da Capital (SMS) promovem um workshop sobre o assunto nesta sexta-feira, 22.

O evento é aberto a profissionais de saúde, estudantes e interessados no tema. As vagas são limitadas e para se inscrever basta doar fraldas descartáveis ou potes de vidros, que serão destinados para os Bancos de Leite Humano do município. A capacitação será realizada pela fonoaudióloga Roberta Martinelli, que foi responsável pelo Projeto de Lei que obriga as maternidades a realizarem o exame nos recém-nascidos e autora do Protocolo de Avaliação da membrana que une a língua à base da boca, chamada de frênulo lingual.

Em Goiânia, a equipe de fonoaudiologia da Nascer Cidadão, localizada na região Noroeste, conta com três profissionais que, até maio deste ano, já realizaram 1.082 testes da linguinha.  A fonoaudióloga da Maternidade, Taniara Cunha, explica que “o exame ajuda a evitar a chamada ‘língua presa’ que prejudica a amamentação da criança por dificultar a sucção do leite materno e o desenvolvimento da fala”.

Caso sejam identificadas alterações durante o teste, o bebê é encaminhado ao serviço de odontologia para realizar o procedimento de frenotomia, que corrige o problema. Todo o atendimento é realizado dentro das próprias maternidades municipais e não é necessário o encaminhamento para outras unidades.  “Esse trabalho é importante para identificar se ainda existem dificuldades na amamentação e acompanhar o ganho de peso do bebê”, explica Taniara Cunha.

 

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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