SBT é condenado em R$ 30 mil por exibir foto de adolescente como assassino

A Justiça de São Paulo condenou a emissora SBT a pagar indenização de R$ 30 mil a um jovem que teve a imagem vinculada a de um assassino. O caso aconteceu em 2019.

Segundo o site UOL, o canal de Sílvio Santos exibiu reportagem sobre o assassinato de um pediatra no Sacomã, em São Paulo, morto durante assalto ao reconhecer um dos criminosos, um rapaz que havia sido seu paciente. O homem, de 72 anos, foi esfaqueado no pescoço.

No entanto, ao buscar no Facebook a imagem do rapaz, o SBT acabou compartilhando a fotografia de um adolescente que não tinha relação nenhuma com o caso.

O jovem, que na época tinha 17 anos, disse a Justiça que passou a ser hostilizado no bairro onde mora e nas redes sociais além de ter perdido oportunidades de emprego por conta da reportagem.

”A emissora propagou notícia falsa e injusta, sem o mínimo de verificação”, declarou o advogado José Rifai Daguer, que representa o jovem e pedia uma indenização de R$ 300 mil.

Em defesa, o SBT argumentou que o ”equivoco” não ocorreu por imprudência ou negligência de sua equipe de reportagem. “Toda a informação chegou ao conhecimento dos jornalistas através da autoridade policial e de informantes que acompanharam o caso”, declarou no processo.

A emissora disse que não há evidências de que a reportagem provocou “prejuízos morais” ao adolescente e afirmou que o pedido de indenização era “oportunista”. “Não existe qualquer comprovação que mostre a certeza de abalo moral ou que o evento tenha causado danos indeléveis a sua existência.”.

O desembargador Cesar Peixoto, relator do processo, afirmou na decisão que a conduta do SBT extrapolou os limites do direito de informação. “Era dever da emissora verificar de forma minuciosa se a pessoa da fotografia era a autora do crime.”.

O SBT foi condenado em primeira instância e a decisão foi confirmada pelo Tribunal de Justiça. A emissora pode recorrer novamente.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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