“Se as igrejas estão reabertas, por quê não museus e teatros?”, diz maestro da Orquestra Sinfônica de Goiânia

Na próxima quarta-feira, dia 9, a Orquestra Sinfônica de Goiânia fará o retorno presencial com o Concerto de Natal na Paróquia Menino Jesus, no Bairro Vila Jardim Vitória. O maestro e diretor da orquestra, Eliseu Ferreira, concedeu entrevista do Diário do Estado para falar sobre a novidade. “Este é um momento importante para a Orquestra Sinfônica de Goiânia. Apesar de não termos parado em nenhum momento, sempre com transmissões pelas nossas redes sociais, agora tem esta oportunidade do concerto, liberado pelas autoridades sanitárias e pela prefeitura”.

Eliseu anuncia com ânimo a volta da orquestra, e defende os eventos culturais. “Estamos felizes e apreensivos, obviamente, porque a pandemia não acabou. Mas eu acredito que a cultura é de fundamental importância na vida da população de uma cidade. Então eu vejo de uma forma muito positiva, esta apresentação, e espero que reabram os teatros, as atividades culturais, os museus”. O maestro ainda argumenta: “se as igrejas estão abertas com 50% da capacidade, porque não os museus e os teatros?”.

O expectador que deseje se maravilhar com as canções natalinas pode ficar, na opinião do músico, tranquilo quanto à saúde. “Nossos protocolos são rígidos, é bem seguro, e tem dado certo. Temos alguns músicos que já se contaminaram, mas não no ambiente de trabalho: contaminaram no avião… contaminaram fora. Mas ali nós estamos trabalhando juntos assim desde final de abril, a até então não houve nenhum caso de contaminação coletiva, de um passar para o outro”.

Eliseu Ferreira critica o isolamento total: “não sou radical, o vírus é uma realidade. Até perdi uma irmã para a doença, mas eu poderia dizer também que nosso hábito não pode parar. Já está provado também a questão do isolamento, que ele é limitado. Está todo mundo aprendendo. Olha aquele no começo… eu tenho certeza que nada vai retornar como era, por exemplo, naquele isolamento exagerado de março”, pontuou.

E compara: “As igrejas (que estão abertas) cuidam da alma. A arte também! Ela tem o papel de cuidar do espírito. É importante!“.

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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