“Se confirmado que a cloroquina é boa, vamos usar sim!”, diz infectologista

Nesta quinta-feira, 28, o Diário do Estado conversou com a médica Infectologista, Dra. Juliana Barreto, que explicou tudo sobre as novas cepas do coronavírus. “As novas cepas são mutações que as cepas anteriores tiveram. Isso é uma coisa comum entre os vírus: terem mutações e desenvolverem outras cepas. Um exemplo disso é o vírus da influenza que nós precisamos de vacina anual por causa desse desenvolvimento de novas cepas de migração do norte para o sul”, explica. “Já chegou ao Brasil”, alerta.

“Para diagnosticar essas mutações, precisa-se fazer um teste laboratorial. Então você identifica essa cepa do vírus sendo diferente. Nesse processo, os primeiros casos identificados foram em Manaus. Agora, já está se investigando se está tendo uma transmissão comunitária, mas provavelmente já temos circulação comunitária em todos os estados. Aí no estado de Goiás temos pessoas com cepas suspeitas de serem novas, então a gente já está fazendo os testes e no máximo em uma semana teremos essa confirmação”.

A médica lembra que apesar de não apresentaram maior poder de mortalidade, as cepas são muito mais infecciosas. “Tem maior poder de transmissibilidade, ou seja, transmitem com mais facilidade, para mais pessoas, e mais rápido”, conta Dra. Juliana. “Não mostraram até agora maior poder de letalidade, embora uma vez que mais pessoas se contaminam, mais pessoas acabam evoluindo para a internação e mais óbitos”, relaciona a profissional.

E será que as vacinas da Covid-19 que estão ficando prontas valem para estas novas cepas? “Isso só saberemos mais para frente, mas provavelmente não. Vai ser mais ou menos como a da gripe: vai se tornar anual ou bianual… isso já está sendo estudado”, conta. “Provavelmente o tratamento também será o mesmo. O que descobrimos ao longo desse ano é que o paciente tem que ficar atento aos sintomas. O primeiro passo é o atendimento precoce, para que o médico perceba se você tem sinais de alarme”, ela ensina. “Essa doença tem como consequência bastante inflamações e trombose“, alerta.

“O que é prevenção para a gripe?”, ela se pergunta. “É uma boa imunidade. Alimentação de qualidade, exercícios físicos e beber muita água”, receita aos leitores. Ela também falou sobre o uso da cloroquina: “É uma droga muito conhecida no tratamento de muitas doenças, inclusive malária. Eu, pessoalmente, sou super a favor das pesquisas científicas. Temos que ficar abertos a novas perspectivas e escutar a ciência. Infelizmente a cloroquina se politizou muito, e temos que lembrar que saúde não é política. Tem muitos estudos acontecendo… se for confirmado que a cloroquina é boa, vamos sim usar. Se não, não tem motivos para usar”, conclui a Dra. Juliana Barreto.

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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