Secretária de Saúde deve ser ouvida novamente hoje na Câmara Municipal

Fátima Mrue será questionada sobre legalidade em gravação de conversa com dona de casa

A Comissão Especial de Inquérito (CEI) aberta na Câmara Municipal de Goiânia para investigar irregularidades na Secretaria Municipal de Saúde (SMS) ouve hoje cedo novo depoimento da titular da pasta, Fátima Mrue e do diretor do Fundo Municipal de Saúde, Cássio Muriel da Silva, que é o responsável pelos pagamentos da rede prestadora de serviços do SUS em Goiânia.

No novo depoimento marcado para hoje, os vereadores querem saber da secretária o que aconteceu quando ela esteve na casa de Celina Lopes, no Setor Real Conquista. A mulher ficou conhecida ao denunciar que arrancou um dente com alicate durante uma crise de dor intensa, após não conseguir ser atendida por um dentista na rede municipal de saúde. A dona de casa denunciou que ao receber a visita, o assessor de comunicação da SMS Carlos Roberto da Rocha, o Carlinhos do Esporte, teria oferecido três cestas básicas – uma por mês – para que a mulher tecesse elogios à secretaria.

Ouvido na segunda-feira (11) pela CEI, Carlinhos do Esporte disse que toda a conversa entre Celina e a secretária foi gravado a pedido de Mrue e negou que tenha oferecido cestas básicas em troca de elogios. A nova convocação da secretária se deu por causa desta revelação. É que a gravação da conversa teria sido feita sem autorização de Celina, o que configura crime. Os vereadores querem saber o motivo de se gravar a conversa e ter acesso a ela.

Fátima Mrué tem sido duramente criticada depois que foi tornada pública a falta de anestésicos nos postos de atendimento odontológicos da Prefeitura. A CEI investiga se houve omissão por parte do poder público. Processos para a aquisição do medicamento foram finalizados em agosto e somente agora chegaram em algumas unidades de saúde.

O diretor do Fundo Municipal de Saúde também foi chamado a depor e a entregar aos membros da CEI os documentos solicitados pelos vereadores para embasar a investigação. O prazo para o envio dos documentos já expirou. Caso ele não os entregue para a comissão hoje, os vereadores pretendem pedir busca e apreensão do material.

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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