Secretário da Fazenda de Maringá envolvido em operações financeiras suspeitas de até R$ 1 milhão para doleiro ligado ao tráfico internacional, aponta PF

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Secretário da Fazenda de Maringá fez transações de até R$ 1 milhão para operador financeiro ligado ao tráfico internacional, aponta investigação

Durante operação realizada na quinta-feira (16), foram apreendidos três carros de luxo na casa de Carlos Augusto Ferreira. Em nota, o secretário disse não ter conhecimento sobre os crimes investigados.

Uma investigação da Polícia Federal aponta que Carlos Augusto Ferreira, atual secretário da Fazenda da cidade de Maringá, no norte do Paraná, fez operações financeiras de até R$ 1 milhão para doleiro ligado ao narcotráfico internacional. A RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, teve acesso ao documento da Justiça Federal que fundamenta a autorização do cumprimento de mandados contra investigados na segunda fase da Operação Mafiusi, que tem como foco um esquema de lavagem de dinheiro.

Nesta quinta-feira (16), agentes da Polícia Federal (PF) foram até a casa do secretário e apreenderam três carros de luxo. Os veículos são das marcas Ferrari – avaliado em mais de R$ 2 milhões –, Porsche e Mercedes-Benz.

Em nota, o secretário disse não ter conhecimento sobre os crimes investigados pela PF, e que nada de ilícito foi encontrado na casa dele. “Assim que tivermos acesso ao inquérito policial informaremos maiores detalhes”, escreveu. Leia a nota na íntegra abaixo.

A investigação inclui dados extraídos do celular de um homem apontado como operador financeiro de um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas. O delegado da Polícia Federal Eduardo Verza explica como o grupo atuava: “Nós encontramos evidências diretas de ações de remessa de droga. E toda ação de remessa de droga, necessariamente, precisa ter a movimentação financeira para que esse valor seja recebido. Então, para isso eles utilizam contas de laranjas, contas de empresas de fachada. […] Eles se utilizam da estrutura do mercado formal para lavar o dinheiro do crime organizado, para que esse dinheiro possa retornar para eles com uma aparência lícita.”

O DE entrou em contato com o Pinbank e não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

No documento, os investigadores apontam indícios de que Ferreira sabia da origem ilegal dos valores movimentados. Em uma conversa registrada no dia 20 de dezembro de 2022, o operador financeiro pede para que Ferreira auxilie em uma transação de R$ 40 mil.

O pedido era para que o valor fosse enviado para duas contas distintas, sem que a movimentação saísse diretamente da conta do investigado. A autoridade policial afirma que o objetivo seria “dissimular a origem dos recursos”.

O DE confirmou que Carlos Augusto Ferreira pediu licença temporária para esclarecer os fatos e que, antes da nomeação, nenhuma certidão exigida identificou irregularidades no histórico de Ferreira.

O g1 Futebol Clube esclarece que algumas das pessoas mencionadas na nova fase da Operação Mafiusi, deflagrada nesta quinta-feira (16) pelo DE, tiveram vínculo com o clube apenas por um curto período de tempo, em gestões anteriores, não sendo pessoas oriundas do meio esportivo.

Estas pessoas deixaram de exercer qualquer atuação perante o g1 Futebol Clube há vários anos.

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