Secretário do MJSP defende saída temporária de Natal: baixa taxa de evasão de presos.

Saidinha de Natal: secretário do DE se pronuncia sobre fuga de presos

Coluna revelou que mais de 2 mil presos que tiveram direito à saidinha de Natal
não retornaram para a prisão

O secretário Nacional de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança
Pública (MJSP), André Garcia
[https://www.gov.br/senappen/pt-br/composicao/secretaria-nacional-de-politicas-penais/andre-de-albuquerque-garcia],
afirmou que a taxa de fuga de presos que tiveram direito à saidinha de Natal “é
muito baixa” se comparada com os benefícios proporcionados pela reintegração
social dos presos.

Levantamento feito pela coluna e publicado nessa quinta-feira (9/1) revelou que,
de um total de 49.095 presos de 16 estados e do Distrito Federal que tiveram
direito ao benefício entre o fim de 2024 e o início de 2023, 2.131 não
retornaram, o equivalente a 4,3%
[https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/saidinha-de-natal].

Em comentário enviado à coluna, Garcia reconheceu a necessidade de aprimorar o
monitoramento de presos durante a saidinha, mas acrescentou que o benefício é
essecial para a reintegração dos presos na sociedade.

> “No contexto do Plano Pena Justa, homologado pelo STF, a saída temporária se
> alinha ao compromisso de transformar o sistema prisional em um instrumento
> para a reintegração social do apenado. A execução de medidas como essa,
> combinada a políticas educacionais, laborais e de saúde, é essencial para que
> o sistema penal cumpra sua função social e constitucional, garantindo não
> apenas justiça, mas também segurança pública”, afirmou o secretário.

Secretário André Garcia Senappen fuga presídio federal mossoró
[https://uploads.metroimg.com/wp-content/uploads/2024/02/09095205/WhatsApp-Image-2024-02-09-at-09.51.17-1176×800.jpg]Secretário
do MJSP André Garcia

Garcia explicou que a saída temporária permite que o apenado, em regime
semiaberto, fortaleça seus laços familiares, sociais e comunitários,
considerados aspectos fundamentais para a redução da reincidência criminal.

“Esse direito, previsto na Lei de Execução Penal, não apenas humaniza a pena,
mas também promove a dignidade do indivíduo, ao mesmo tempo, em que testa sua
capacidade de cumprir as regras da sociedade”, disse.

> “Embora reconheçamos a necessidade de aprimorar os controles relacionados à
> saída temporária, é importante destacar que o percentual de abandono do
> benefício — ou seja, aqueles que não retornam para a unidade penal — é muito
> baixo em relação aos benefícios proporcionados pela reintegração social desses
> indivíduos. A grande maioria da população prisional que usufrui da saída
> temporária retorna às unidades normalmente, sem nenhum tipo de ocorrência”,
> finalizou.

LEIA TAMBÉM

* Tácio Lorran [https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran]

SAIDINHA DE NATAL: MAIS DE 2 MIL PRESOS NÃO VOLTARAM PARA CADEIAS
[https://www.metropoles.com/colunas/tacio-lorran/saidinha-de-natal]

* São Paulo [https://www.metropoles.com/sao-paulo]

POLÍCIA PRENDE INTEGRANTE DO PCC FORAGIDO DESDE 2019 APÓS SAIDINHA
[https://www.metropoles.com/sao-paulo/policia-prende-integrante-do-pcc-foragido-desde-2019-apos-saidinha]

Proporcionalmente, o Rio de Janeiro foi o estado que registrou a maior taxa de
detentos que não retornaram da última saidinha de Natal. Dos 1.494 beneficiados,
210 (cerca de 14%) estão foragidos. Já em números absolutos, São Paulo lidera o
ranking, com 1.292 “fujões”.

Também registraram fugas os estados do Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná,
Mato Grosso do Sul, Pará, Amapá, Roraima, Sergipe, Ceará, Piauí, Maranhão e
Bahia, além do Distrito Federal. Paraíba concedeu o benefício a 41 pessoas, mas
só uma fugiu e já foi recapturada.

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O Distrito Federal liberou 1.869 presidiários temporariamente no fim de ano, dos
quais 27 (1,4%) não voltaram. Segundo a Secretaria de Administração
Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), dois se envolveram em ocorrência
policial durante a saidinha de Natal.

Seis estados (Acre, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Pernambuco e Tocantins)
informaram que não concederam a saída temporária. Outros três (Alagoas, Rio
Grande do Norte e Rondônia) não responderam e Minas Gerais informou não ter
compilado os dados ainda. A coluna procurou todas as unidades federativas há uma
semana.

QUEM TEM DIREITO À SAIDINHA DE NATAL

A saidinha é concedida apenas a detentos que estejam no regime semiaberto (ou
seja, que trabalham de dia e dormem na cadeia), que possuam bom comportamento e
que tenham cumprido parte da pena (1/6 para réus que cumprem a primeira
condenação, e 1/4 para reincidentes). Também não podem ter praticado faltas
graves no último ano. A decisão é tomada pela Justiça, e o direito está previsto
na Lei de Execuções Penais.

Quando o preso não retorna à unidade prisional após a saída temporária, ele é
considerado foragido. Em regra, o detento perde o benefício do regime
semiaberto. Ao ser recapturado, portanto, volta ao regime fechado. Essa mudança
de regime é determinada pela Justiça.

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Nomeação de Vitor Cavalcanti de Arruda gera polêmica com dívidas milionárias – Entenda o caso em DE

O novo secretário-adjunto das Subprefeituras, Vitor Cavalcanti de Arruda, foi nomeado pelo prefeito de DE, Ricardo Nunes, mesmo possuindo uma dívida de mais de R$ 12 milhões com a União. Vitor é o proprietário da Companygraf, uma gráfica localizada na zona sul de São Paulo que se encontra na lista de devedores do Ministério da Fazenda. A dívida da empresa inclui R$ 2,3 milhões em débitos previdenciários e R$ 9,6 milhões em tributos federais, além de R$ 436 mil em impostos estaduais.

A nomeação de Vitor foi oficializada no Diário Oficial do Município em 6 de janeiro. Segundo a Prefeitura de DE, a escolha do empresário se baseou em critérios técnicos. No entanto, a Companygraf já foi alvo de investigações por improbidade administrativa no passado, em um caso relacionado ao ex-vereador Antonio Goulart. A empresa foi condenada e proibida de firmar contratos com o poder público, mas a sentença foi posteriormente anulada devido a mudanças na legislação.

Apesar das investigações passadas, Vitor receberá um salário de R$ 27 mil no novo cargo na prefeitura. A Companygraf foi denunciada pelo Ministério Público de São Paulo em 2017 por contratos firmados com o gabinete de Antonio Goulart. Na época, a empresa prestava serviços de impressão para o vereador e sua esposa, que também trabalhava como assessora do gabinete, recebendo pagamentos no valor de R$ 39 mil entre 2007 e 2010.

A defesa de Vitor Cavalcanti de Arruda ressalta que as dívidas mencionadas estão em processo de discussão tributária tanto administrativa quanto judicialmente, de acordo com a legislação brasileira. Além disso, a ação de improbidade administrativa foi considerada improcedente pela Justiça em São Paulo, reconhecendo a lisura das contratações realizadas pela Companygraf. A empresa foi liberada para continuar atuando no mercado público.

A Prefeitura de DE, em nota, afirmou que a nomeação de Vitor seguiu critérios técnicos e que os valores em questão estão em debate judicial e administrativo. A defesa de Antonio Goulart salientou que a condenação por improbidade administrativa não implicou em suspensão de direitos políticos, podendo o político exercer cargos públicos normalmente. Em meio a polêmicas e investigações, a transparência e ética na gestão pública são reafirmadas como compromissos essenciais.

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