Secretário do PT preso por usar faixa contra Bolsonaro é solto

O secretário estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Goiás, Arquidones Bites, foi solto na noite desta segunda-feira (31) após ser preso por utilizar um adesivo com a frase ”Fora Bolsonaro. Genocida” no capô de seu carro. De acordo com a PF, Arquidones teria sido enquadrado na lei de segurança nacional e levado de Trindade até Goiânia onde foi registrada a queixa.

Ao ser solto, o secretário comemorou utilizando a mesma frase escrita em seu carro e lembrou da morte do irmão mais novo causada pela Covid-19. “Foi morrer justamente o caçula. Ele saiu da ordem por causa que o presidente da República, esse genocida, não comprou vacina em tempo hábil. Além disso saiu nas ruas provocando aglomeração. A todo o momento dizia que era simplesmente uma gripezinha”.

De acordo com o advogado responsável pelo caso, o secretário teria sido abordado com chutes e imobilizado pelos policiais. Arquidones teria sido liberado pelo delegado da PF após ser constatado que não havia ocorrido nenhum crime contra a lei de segurança nacional, sem passar por nenhum outro procedimento ou acusação.

Milhares de pessoas se encontraram em frente a sede da Polícia Federal em Goiânia para protestarem contra a prisão do secretário. Segundo o vereador Mário Ruben, a prisão de Arquidones seria um atentado a falta de expressão.

”Depois que a população foi para as ruas no último sábado, depois que as pessoas entenderam que o Bolsonaro é muito mais perigoso que o coronavírus e que, para acabar com o coronavírus temos que derrotar o Bolsonaro, ele está tentando usar essa policia despreparada..” diz o vereador ao canal Mídia Ninja.

 

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp