Segundo Bolsonaro, compra de seringas não é responsabilidade dele

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em documento enviado à Justiça, que não é responsável pela compra de seringas para a vacinação contra a Covid-19. Segundo ele, a responsabilidade é do Ministério da Saúde. A afirmação foi feita em um processo no qual o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) pede que a Justiça obrigue o presidente a adquirir seringas em quantidade suficiente para a vacinação de todos os brasileiros.

A ação foi aberta em janeiro depois que o Jair Bolsonaro anunciou que, em razão do aumento nos preços, o governo havia suspendido a compra de seringas. “Se a gente compra com o preço lá em cima, a imprensa ia me acusar de ser corrupto, que comprei superfaturado. Então, foi suspensa”, afirmou Bolsonaro à época.

Kataguiri disse no processo que o governo brasileiro negligenciou a vacinação. “Tivesse o presidente da República agido responsavelmente, a aquisição [de seringas] teria sido feita de maneira gradual, durante a pandemia, em preparação para a vindoura vacina”.

Ao se defender no processo, Bolsonaro disse que a ação não poderia ter sido ajuizada contra ele, já que a compra de insumos para a saúde é responsabilidade do Ministério da Saúde. O presidente afirmou, também, que os esforços necessários estão sendo feitos para a aquisição das seringas e agulhas. A Justiça ainda não analisou o pedido de liminar.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp

Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp