Seguranças suspeitos por morte de empresário achado morto em buraco no autódromo apagaram dados de celulares, diz delegada
Ivalda Aleixo, diretora do Departamento de Homicídios, revelou que a perícia da polícia buscará recuperar informações dos aparelhos apreendidos com os investigados pela morte de Adalberto Júnior. Nenhum deles está sob custódia. O caso já completou dois meses e ainda não foi totalmente esclarecido.
Alguns dos seguranças sob investigação, suspeitos de envolvimento no assassinato do empresário encontrado morto em um buraco no Autódromo de Interlagos na Zona Sul de São Paulo, apagaram dados de seus celulares. O caso completou dois meses na última quarta-feira (30).
A informação foi confirmada à equipe de reportagem pela delegada Ivalda Aleixo, diretora do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
“E também alguns celulares que foram apagados. Eles [seguranças] entregaram. Óbvio, a gente assina termo, tal. Então, nos restou pedir ordem judicial para analisar outras coisas”, disse a diretora do DHPP, nesta quarta. Segundo ela, encontrar informações na nuvem de dados é um processo mais demorado.
“Cinco seguranças (três vigilantes, um chefe e um coordenador da equipe) são suspeitos de terem tido algum envolvimento na morte de Adalberto Amarilio Júnior”, acrescentou Ivalda.
Quatro destes seguranças já prestaram depoimento à investigação e entregaram seus telefones para análise pericial. Todos mantiveram silêncio. Outro segurança ainda não foi localizado para depor e também não cedeu seu celular. A polícia emitirá uma intimação para que compareça à delegacia.
O DHPP aguarda os resultados dos exames periciais e planeja ouvir mais testemunhas para finalizar o inquérito que investiga o crime de homicídio.
A Polícia agora investiga a morte de Adalberto Amarilio como homicídio. Câmeras de segurança registraram os últimos momentos do empresário, caminhando no estacionamento do autódromo. Um dos suspeitos é um lutador de jiu-jitsu que foi detido por posse ilegal de munições.
Nenhum dos seguranças foi ainda indiciado pelo homicídio de Adalberto, e a polícia avalia solicitar a prisão de algum dos suspeitos.
A investigação sobre o motivo do crime continua, com a polícia considerando a possibilidade de uma briga entre Adalberto e os seguranças no autódromo durante um evento.
Adalberto desapareceu e foi encontrado morto, dentro de um buraco, com indícios de morte por asfixia. Sangue encontrado no carro do empresário foi identificado como dele, mas havia também material genético de uma mulher desconhecida.
O DHPP aguarda resultados de exames e depoimentos para concluir o caso, incluindo análises dos celulares e computadores dos suspeitos, bem como laudos do local do crime e resíduos encontrados nas unhas da vítima.
A possível trajetória do empresário antes de sua morte está sendo reconstruída pela polícia, que utilizará a técnica de espelhamento para reconstituir o caminho percorrido por Adalberto no evento até o local onde seu corpo foi encontrado.
A Secretaria da Segurança Pública não divulgou um prazo para a conclusão do inquérito ou para a entrega dos laudos periciais. A investigação sobre a morte de Adalberto Amarilio continua em andamento.